ISSN-L: 0798-1015 • eISSN: 2739-0071 (En línea) - Revista Espacios – Vol. 42, Nº 16, Año 2021
REZENDE, Terezinha C. et al. «Identificação dos maiores desafios referentes à cultura e à comunicação
organizacionais para a implantação de um sistema de gestão do conhecimento em uma companhia
pública brasileira»
conhecimento tácito e o conhecimento explícito dentro de uma organização. Segundo (Xavier, Oliveira, &
Teixeira, 2012), as empresas que privilegiam o conhecimento tácito buscam fomentar e desenvolver atividades
ligadas ao maior compartilhamento de ideias e experiências, à maior frequência de contato e interação entre os
funcionários da organização. Ideia compartilhada por (Dazzi & Angeloni, 2009) que ressaltam que é preciso criar
condições adequadas para o desenvolvimento do conhecimento, incentivando a integração entre os indivíduos,
propiciando o diálogo e o relacionamento, criando um ambiente favorável para gerar o conhecimento. No
entanto, (Runte & OLiveira, 2012) lembram que o uso de sistemas para armazenar, processar e transformar os
dados em informações é necessário para a codificação do conhecimento e o maior embasamento para a tomada
de decisões estratégicas dos gestores da organização. Portanto, conforme afirmam (López & Junquera, 2013),
nas empresas que dão preferência ao conhecimento explícito, a gestão do conhecimento encontra-se focada nas
tecnologias para armazenagem, codificação e reaproveitamento do conhecimento enquanto naquelas que
focam as experiências compartilhadas caracterizam-se como a transferência de conhecimento organizacional,
que conferem melhorias nos processos e nos resultados. Na percepção de (Moreno & Santos, 2012), a Gestão
do Conhecimento constitui, com toda sua multidisciplinariedade e variáveis, um processo que integra, na
estratégia organizacional, a gestão de pessoas, tecnologias de informação e comunicação. Nesse contexto,
(Silveira , Ziviani, Ferreira, & Paiva, 2018) reconhecem que a transferência do conhecimento tácito seja um fator
relevante para as organizações por ser fonte de vantagem competitiva organizacional.
2.2. Cultura e Comunicação organizacionais
A cultura organizacional é sinalizada como um fator crítico de sucesso no processo de Gestão do Conhecimento
(Cruz & Ferreira, 2015) cujos principais seriam os valores, crenças, rituais, estórias e mitos, tabus, heróis, normas
e processos de comunicação (Freitas, 2006). (Schein, 2004) descreve três tipos de culturas que se alternam nas
organizações: a coercitiva (os empregados devem obedecer a quaisquer regras que lhes forem impostas); a
utilitária (ambiente em que as regras são essenciais, porém, os membros protegem-se por meio de
questionamentos e rejeições a certos valores ou práticas da empresa) e a normativa (existe uma equalização
entre os objetivos da empresa e os do indivíduo), entre as quais coexistem diferentes dimensões de autoridade
(autocráticas, paternalistas, democráticas, participativas; de delegação e abdicadoras - que concedem também
poder e controle). No entanto, o processo de mudança organizacional é inerente à vida das organizações e é
condição para a adaptação, sobrevivência e efetividade delas (Silva & Vergara, 2003); (Wood Júnior, T., 2009);
(Neves & Castro, 2010). (Carvalho, 2012) ressalta que as mudanças, no decorrer dos anos, acarretaram impactos
no ambiente de trabalho, como o vínculo com a cultura organizacional, a relação entre liderança e subordinados,
a construção de laços sociais, assim como o reconhecimento profissional. A cultura cumpre a função de fornecer
estabilidade, significado e previsibilidade no presente, mas é o resultado de decisões funcionalmente eficazes no
passado do grupo (Schein & Schein, 2017) sendo fator dominante de sucesso no processo de implantação da
gestão do conhecimento (Zandi, Moghadam, & Ali Pour, 2016). Para (Perides, Vilela, Souza, Dutra, & Casado,
2020), o modelo de gestão de pessoas por competências no processo de transformação da cultura organizacional
é relevante desde que as competências individuais definidas e valorizadas pela organização estejam alinhadas
com as competências organizacionais e com a cultura organizacional que se pretende desenvolver.
2.3. Papel estratégico da Comunicação Organizacional
Nesse contexto, a Comunicação Organizacional apresenta um papel estratégico. A comunicação organizacional
e a comunicação nas mídias sociais, conforme (Bueno, 2014), apresentam potencial para desempenhar papel
importante na construção de capitais (o institucional e o de relacionamento) pois repercutem na formação da
imagem, na reputação, na visibilidade das marcas, projeção de seus valores, criação e manutenção de