ISSN 0798 1015

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Vol. 40 (Nº 33) Ano 2019. Pág. 23

Os desafios em sala de uma proposta pedagógica para a primeira infância

This is the most important thing to do with early childhood pedagogy

OLIVEIRA, Hildegard R. 1; COUTINHO, Diógenes José G. 2; AZEVEDO, Celene S. 3; LIMA, Jucicleide Cazé P. 4; LIMA, Luciana Maria T. de. 5; SOUZA, Luciana Lenira. 6; XAVIER, Ana Claudia. 7 e BANDEIRA, Maria José da S. 8

Recebido: 20/06/2019 • Aprovado: 25/09/2019 • Publicado 30/09/2019


Conteúdo

1. Introdução

2. Embasamento teórico

3. Metodologia

4. Resultados

5. Concluções

Referências bibliográficas


RESUMO:

O presente artigo foi contextualizado para abordar propostas que são ofertadas aos professores de Educação Infantil, que tem como base as propostas curriculares do Referencial Curricular Nacional; tendo como objetivo construir conceitos através das observações nos berçários com questionamentos. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa etnográfica, observou-se que as propostas oferecem uma amplitude nas metodologias utilizadas, concluiu-se que o processo de aprendizagem através dos referenciais constrói um estímulo no planejamento do professor, garantindo um melhor rendimento da sala.
Palavras chiave: Currículo; Creche; Berçário

ABSTRACT:

This article was contextualized to address proposals that are offered to the teachers of Early Childhood Education, which is based on the curricular proposals of the National Curriculum Framework; aiming to construct concepts through observations in nurseries with questionings. It was a qualitative ethnographic research, it was observed that the proposals offer an amplitude in the methodologies used, it was concluded that the learning process through the references builds a stimulus in the teacher's planning, guaranteeing a better room income.
Keywords: Curriculum; Day care center; Nursery

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1. Introdução

Sabemos que a educação infantil cresceu consideravelmente em nosso país, como também em todo o mundo, pelo simples fato do crescimento da população nas áreas urbanas, é notório que cada dia mais a mulher empodera-se no mercado de trabalho ganhando espaços onde até então eram administrados pelos homens; com essa participação cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho, foi necessário formular uma nova organização para as famílias e através desta postura gerou-se a conscientização do valor das primeiras experiências da infância, com isto aumentou a procura por instituições que atendessem as crianças de zero a seis anos.

Com a aprovação do (artigo 208, inciso IV), a Constituição Federal de 1988, determinou como dever do Estado oferecer espaços que garantissem a educação infantil em creches e pré- escolas assumindo como direito legalizado da criança; facilitando assim a vida de muitas famílias que dependem de espaços como este para favorecimento dos seus ritmos de trabalho. Porém os professores dependiam de um documento norteador que favorecesse sua prática em sala de aula, permitindo que a criança não ficasse ociosa no seu cotidiano escolar, ela precisava também garantir seu conhecimento dentro das diversas experiências de vida, sendo elas emocionais, afetivas, sociais e cognitivas, baseando-se em princípios que exercem o direito ao respeito e a dignidade do fator econômico, social, religioso, cultural entre outros.

Sabemos que práticas e metodologias de aprendizagem são desafios a serem vivenciados todos os dias dentro de uma creche, ainda mais considerando a faixa etária desses alunos que precisam constantemente estar ocupado com algo enriquecedor, torna-se necessário que o professor abdique a este tipo de realidade e construa planejamentos adequados para um bom rendimento dentro dos limites dessa idade.A educação infantil por várias décadas enfrentou transitórias situações de propostas de ensino, uma vez que não retém o aluno, nem tão pouco era obrigatório à entrada com menos de sete anos na escola em tempos atrás. Não sendo muito consideradas como parte integrante do processo educativo as crianças passavam a ser tratadas apenas de forma a serem cuidadas por suas professoras. As conquistas foram evoluindo com o tempo e os direitos passaram a ser adquiridos diante desta mesma constituição. O currículo não existia de forma que o cuidar era mais importante que o educar, a proposta elaborada dessa nova forma de ensino para esses pequenos causou muita problemática dentro da própria categoria devido as divergentes opiniões.

Sabemos que a criança aprende com facilidade, os RCN’s passaram a favorecer um direcionamento dentro dos conteúdos para essa modalidade, de forma que a criança fosse cuidada e educada, mas também não fosse abstraída do seu brincar, em sua fase de aprendizagens com ludicidade e inocência. Com isso a modalidade da educação infantil cresceu dentro do seu espaço social apresentando nos últimos anos, apresentando todo potencial que deveriam ser mostrado, com tudo ergueu-se diante de uma sociedade, ponderando-se dos seus direitos em uma nação que não tem nada de igualitário.

2. Embasamento teórico

2.1. A concepção de letramento dentro do currículo escolar da Educação Infantil

Para discutir letramento, alfabetização ou mesmo avaliação dentro da educação infantil é necessário compreender que tal ação não deverá ser traumática ou punitiva, alfabetizar letrando deve ser algo prazeroso para todas as crianças nessa fase. De acordo com BRANDÃO, permite-nos compreender que:

Se não há sustentação teórica ou empírica para a ideia de pré-requisitos para alfabetização, por que esperar até os seis ou sete anos para alfabetizar as crianças? Os que adotam esse modo de pensar defendem, portanto, que as crianças concluam a Educação Infantil já dominando certas associações grafofônicas, copiando letras, palavras e pequenos textos, bem como lendo e escrevendo algumas palavras e frases. (BRANDÃO, 2010, p.16).

Acreditamos que cada criança tem uma condição de adquirir conhecimentos por disposição própria, não seja por conta da idade que esteja impedida de se apropriar do conhecimento alfabético. Para muitos professores avançar a escrita e o reconhecimento das letras, os sons e a grafia, dentro da educação infantil são de fundamental importância para que os alunos cheguem aos anos iniciais avançados dentro desse descritor de aprendizagem. Antes muitos vinham do lar diretamente para serem matriculados nas escolas dentro dos anos iniciais; a maioria não alcançava o sucesso, seus ritmos de aprendizagens não contribuíam com o currículo que deveria ser trabalhado, era muito elevado para serem atingidos em duzentos dias letivos, gerando inúmeras retenções para esses alunos.

Portanto o currículo vai mais além do que meros conteúdos transmitidos; como salienta BRANDÃO (2010) “Na educação infantil, a leitura de histórias em voz alta, pela professora, mostra, assim, as marcas gráficas no papel (que são diferentes do desenho) também comunicam alguma coisa”. Com estes fundamentos pedagógicos vimos como acontece à aprendizagem da transcrição da escrita e da leitura, para (TEBEROSKY, 2003) “a criança pequena assiste a transformação das marcas gráficas em linguagem”, assim vai associando o conceito de transformação da aprendizagem e conhecimento de mundo.

O professor também trabalha de forma lúdica diante do seu planejamento escolar inserindo cantigas e brincadeiras na roda de aprendizagens, a criança se sente envolvida e permite a aproximação do conhecimento sem bloqueios, cada dia mais ganhando confiança da professora em sala. É comum ouvirmos o choro das crianças nos primeiros dias de aula, porém com o acalentar das professoras diante de sua prática cotidiana submetem os alunos ao costume da rotina, fazendo-os perceber que aquele espaço é favorável, confortável e prazeroso para todos que estão ali. Dessa maneira ABRAMOWICZ, (2013) em suas pesquisas defende que:

A educação de crianças pequenas as coloca no espaço público, que deveria ser um espaço não fraternal, não doméstico e nem familiar. Queremos dizer com isso com o espaço público é aquele que permite múltiplas experimentações. É o espaço, por excelência, da criação em que se exercitam formas diferentes de sociabilidade, subjetividade e ação, o que não é possível em espaços familiares, que priorizam a segurança material e imaterial. (ABRAMOWICZ, 2013, p.11).

Dentro deste espaço a criança evoluíra em aprendizagem, sociabilização e juntamente com os outros aprenderá muitas instruções de vida. Para ela é a novidade da vida, começa a distanciar-se dos pais, do seio familiar e ganhar sua própria autonomia como ser social, regrando-se diante das normas que lhes são acrescentadas dentro da escola. Não poder bater no coleguinha, saber entrar na fila, ter horário para refeição, aprender a controlar as necessidades fisiológicas e muito mais. Dessa maneira GOLDSCHMIED e JACKSON reforçam que:

Nos primeiros dois anos, a criança passa de uma situação de dependência quase total para uma de relativa independência, de quatro maneiras, em termos gerais: por meio do movimento e da habilidade da manipulação, ao alimentar-se sozinha, no desenvolvimento da linguagem pré-verbal precoce até a fala propriamente dita, bem como no cuidado corporal que leva ao controle dos esfíncteres. O ritmo com que a criança avança por essas diretrizes tem conexões claras com o modo com que seus adultos próximos percebem seu progresso e com a qualidade da sua relação com eles. (GLDSCHMIED e JACKSON, 2013, p.131).

A partir do momento que ela sente-se confortável dentro do espaço escolar a mesma começará a fluir com seus conhecimentos, e produzirá como forma de escrita seus rascunhos e construção de atividades realizadas em sala.

2.2. Professor como mediador de aprendizagem na Educação Infantil

A professora tem grande atribuição em mediar estes alunos de forma correta e tranquila, fazendo com que a cada dia eles aprendam um novo conhecimento alfabetizador e de vida. Referendando-se nas teorias de BRANDÃO (2010), “A observação da roda de leitura com crianças pequenas também evidencia que elas aprendem a distinguir, progressivamente, a leitura em voz alta e a contação de uma história sem o suporte do livro ou de outro impresso”.

A roda de leitura desperta na criança o prazer da própria leitura fazendo com que os mesmos despertem através da entonação da voz do professor que conta a história tornando-a interessante e prazerosa aos ouvidos dos alunos, muitos deles depois da história contada e vivenciada, vão até o livro e constroem a pseudoleitura, da forma como lhes convém compreender as gravuras dentro de um contexto totalmente literário.Percebemos com isso que na elaboração do Projeto Político e Pedagógico das escolas devem-se considerar os princípios básicos de sua elaboração, com tudo determinando culturas, com critérios e reflexões tomadas por indivíduos que irão usufruir do mesmo. Apresentar um currículo não é tão fácil; é necessário que a equipe pedagógica esteja consciente do que é fundamental para o crescimento cognitivo de cada aluno; não depende apenas de propor um plano de conteúdos e colocar em prática, vai muito mais além, construir um currículo é proporcionar um conhecimento de mundo que o aluno defenderá por toda sua existência.

A partir do que for oferecido para cada aluno será este o entendimento de vida que eles acreditarão como correto; selecionar conteúdos não se trata de uma atribuição tão simples, pois a responsabilidade do aprendizado para a vida de quem vai estuda-lo cabe a quem está selecionando para a aplicação dos mesmos, não só em sala, mas para uma vida toda de conhecimentos. Uma das habilidades bastante tendenciosas para crianças da educação infantil é o trabalho com musicalidade, é inevitável não inserir no currículo a música; pois a cada dia percebemos o ambiente escolar mais tranquilo e prazeroso ao ouvirmos uma melodia. Dentre a rotina desta fase a hora do banho, do sono e da recreação são repertórios diferenciados a cada estratégia de ensino. Não deve colocar uma música com um ritmo acelerado na hora dos pequenos dormirem, assim tiraria o sono de muitos deles, a organização da rotina tem todo um planejamento calculado como será vivenciado esses repertórios, nas datas comemorativas do dia das mães, dia das crianças, festas natalinas, todo processo é bem selecionado para que os mesmos entendam e participem do momento que estão vivendo em foco social.

2.3. Contribuição da musicalidade na Educação Infantil

A escola não tende a colocar uma marchinha carnavalesca em pleno natal, geraria uma perturbação na cabeça da criança, pois com o ensino da música a criança também aprende muitos fatores de aprendizagem. GOLDSCHMIED e JACKSON (2013) defendem a teoria musical de uma forma construtiva afirmando que:

A música é uma área que tende a ser bastante subdesenvolvida nos centros de primeira infância, e a maior parte do que é escrito, sobre o assunto tem como foco grupos etários mais velhos. No entanto, a música é um veículo para a expressão e a comunicação, da mesma forma que a linguagem, de modo que nenhuma criança é nova demais para se beneficiar de experiências musicais. (GOLDSCHMIED e JACKSON, 2013, p.170).

Através da música a criança também aprende para toda a vida, compartilha com os pais quando chega em casa e em sua memória fica guardada a construção de qualquer conhecimento que no momento estiver no roteiro para ser trabalhado. Para GOLDSCHMIED (2013), afirma que “havendo uma sala que seja razoavelmente fechada acusticamente e um adulto atento e interessado, um pequeno grupo de crianças, pode aprender a tocar ritmos diferentes, escolher os instrumentos, ter cada um sua vez de tocar com um adulto”.Interessante é desvendar como as crianças pequenas aprendem tão subitamente, um currículo bem elaborado, planejamentos, roteiros, rotinas e outras estratégias de ação pedagógicas constroem o saber de forma prazerosa e eficaz, sem traumas, sem atrasos de conhecimentos cognitivos, quem acompanha percebe como é rico o espaço da educação infantil, seria muito limitado se não ensinassem o letramento nesta fase, limitar a criança apenas ao brincar seria castrá-lo de garantir aprendizagens para toda uma vida.

Esse universo nunca deve ser subestimado, a aprendizagem acontece na proporção das estratégias que são oferecidas, se você oferece didaticamente metodologias que fundamentam aquela fase com certeza a criança surpreende com a rapidez que executa suas competências dentro das suas habilidades de aprendizagem. As crianças gostam de manusear areias, pintar, colar, rabiscar, pular, sentir com o tato com a boca, o sabor, as cores, o som tudo se torna um encanto em seu mundo de descobertas, no banho a brincadeira com água e livros de banho que são plastificados para estimular a leitura com o prazer do banho. Para GOLDSCHMIED e JACKSON (2013) “ao usar tintas, a criança faz experiências com as cores, passa o pincel de uma mão para outra, depois começa a pintar figuras e a combinar as cores primárias, e pode ainda nomear aquilo que pinta”. São com esses experimentos e sensibilidades que a criança vai evoluindo dentro dos seus conhecimentos de mundo, desenvolvendo seus sentidos e raciocínio lógico de aprendizagens significativas da interação com o outro. Para (VANDENBROECK, 2013); concordam que:

As crianças aprendem através da diversidade étnica, cultural, de gênero, de composição familiar, habilidades e outros, no entanto, o consenso de que a diversidade importa não implica necessariamente um consenso sobre como ela é percebida ou tratada, muito menos um consenso sobre como se deve lidar com ela. (VANDENBROECK, 2013, p.14).

Oferecer um currículo para a primeira infância deve ser muito bem elaborado e planejado no currículo estão inseridas atribuições de contribuição da própria identidade dos alunos que fazem parte de uma sociedade, aonde cada um irá se destacar por seus próprios méritos, através dele o aluno elevará sua potencialidade e criticidade. Nas palavras de (FERREIRO, 1993) enfatiza que:

[...] não é obrigatório dar aulas de alfabetização na pré-escola, porém é possível dar múltiplas oportunidades para ver a professora ler e escrever; para explorar semelhanças e diferenças entre textos escritos; para explorar o espaço gráfico e distinguir entre desenho e escrita; para perguntar e ser respondido; para tentar copiar ou construir uma escrita; para manifestar sua curiosidade em compreender essas marcas estranhas que os adultos nos põem mais diversos objetos. (FERREIRO; 1993, p.39).

Para muitos professores ainda é um absurdo alfabetizar na primeira infância, porém é tão natural quanto ensinar a criança a pedir um copo com água, ele já sabe associar os sabores, se é azedo, ou doce, faz gesto se gosta de alguma coisa ou se repudia, emite sentimentos perceptíveis de sono, fome ou dor; isto prova o quando a mentalidade desta criança está desenvolvida em seu contexto social, e nada impede de que a mesma experimente um lápis e desenhe com sua coordenação ainda não muito fina, mas descubra as cores, com o dedo na tinta e os sabores com a mão na fruta que saboreia o gosto do que é levado ao paladar.

Ela descobre um mundo além do ventre, com outros sons, formatos e tudo que possa imaginar, desenvolver seus conhecimentos alfabéticos são só mais um de seus conceitos de mundo, ela é capaz de produzir rabiscos e desenhos através da sua imaginação de criança voluntária no mundo em que está exposta.Dessa maneira observamos que a educação infantil é uma modalidade valiosa dentro da educação, sem uma base estruturada, o ser humano tende a obter problemas sociais, cognitivos e afetivos no decorrer de sua trajetória de vida, para tanto o currículo da educação infantil sendo bem elaborado juntamente com as atualidades propostas em novos documentos oferecidos dentro do contexto escolar garantirá uma plenitude nos conhecimentos desta modalidade.

3. Metodologia

3.1. Procedimentos metodológicos da pesquisa

A pesquisa utilizou uma metodologia de natureza  qualitativa de cunho etnográfico, que aplicou questionários abertos, de forma semi estruturados onde obteve a contribuição de professores de uma creche da rede publica,  entre os meses de setembro a dezembro de 2018, abordando em análise, os conteúdos incorporados as questões dos significados da aprendizagem dentro de uma metodologia afetiva baseados nos Referenciais Curriculares Nacionais,  fundamenta-se dentro dos parâmetros teórico-metodológicos do ensino no uso da compreensão  da afetividade pedagógica vivenciadas,  as teorias voltadas para a discussão foram embasadas através de Henri Wallon (1971),Freire (2000) e Chalita (2004),  entre outros concluímos  que a pesquisa estudo foi aprofundando-se em  conceituados autores que abordam essa metodologia de ensino.

3.2. Caracterização do Campo de Pesquisa

A pesquisa foi vivenciada em uma creche municipal da rede de ensino no município de Catende localizada em espaço urbano sendo este de ponto estratégico do município e considerada de grande porte. Os participantes investigados professores da rede pública da primeira infância, os mesmos serão identificadas por letras e números para assim garantir proteger a imagem dos pesquisados.

3.3. Contexto de estudo

A referida creche atende uma comunidade carente do município, comportando uma média de 220 crianças, nos dois turnos, matutino e vespertino, enquadra também duas turmas de berçário e quatro turmas da ação infantil do nível I ao III, que são crianças que vão de zero ao quinto ano de vida.

O espaço da creche está referente ao modelo “B”, das creches construídas através do PAR, (Plano de Ações Articuladas) do Ministério da Educação no governo Dilma Rousseff, foi inaugurada em 11 de junho de 2012, está totalmente legalizada com sua documentação; a estrutura da creche compõe uma secretária, uma sala de professores, um almoxarifado, um pátio aberto, dois berçários quatro salas de aula, sete banheiros e uma cantina, onde são realizadas cinco refeições por dia, possui quarenta funcionários entre efetivos e contratados, nas áreas pedagógicas, administrativa e serviços gerais.

3.4. Coleta de dados

Para o questionamento dos professores foi composta uma série de perguntas sobre o tema visado. “Para cada uma dessas perguntas, oferece-se aos interrogados, uma opção de respostas, definindo a partir dos indicadores, pedindo-lhes que assinalem o que correspondem melhor sua opinião” (LAVILE; Dione, 2011, p.183).

3.5. Análise dos dados

O estudo os desafios em sala de uma proposta pedagógica para a primeira infância, foi abordado através de uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico com questionários abertos, incorporando a questão da evolução dos significados da aprendizagem pedagógica através dos RCNEI,s no direcionamento curricular na elevação do ensino e da aprendizagem escolar com seus rendimentos de aprendizagem.

4. Resultados

Os resultados serão apresentados através de gráficos e tabelas (quando necessário), alinhadas nas questões correspondentes.

Quadro 1
Resultado abordado dentro da 1ª questão do questionário e respostas
da pesquisa qualitativa etnográfica através de questionário aberto.

Questão

Respostas dos Professores

1-Descreva como é elaborado o planejamento anual da educação infantil dentro de uma creche.

 

P1- Nosso planejamento é diferenciado dos alunos dos anos iniciais, no ínicio não participávamos das formações depois começamos a fazer parte, elaborando através dos livros didáticos.

P2- A educadora de apoio senta conosco e traz muitos materiais para que possamos organizar a rotina das crianças.

P3- A educadora de apoio vai pra uma reunião e traz propostas para toda a creche.

P4-Através  dos referenciais da educação infantil, e da proposta pedagógica da creche recebida pela secretaria.

Fonte: Dados da pesquisa de campo

O primeiro professor queixa-se que antes não fazia parte do processo de planejamento da escola, tinha as crianças com um olhar apenas do cuidar e não educar; porém o segundo explana que através de suporte pedagógico realiza a construção do planejamento; o terceiro percebe que a educadora da escola tem uma rotina de participação na reunião mensal da secretaria de educação com as técnicas e sempre que participa trás suporte pedagógico; a quarta professora reconhece que os referenciais da educação infantil e a proposta entregue através das técnicas da secretaria de educação facilitam sua elaboração do planejamento.

Quadro 2
Resposta da 5ª questão do questionário
aplicado com as professoras do berçário

Questão

Respostas dos Professores

5- Como você compreende que deve ser uma proposta pedagógica para as crianças do berçário?

P1- Diversificada, sem ser apenas brincadeiras.

P2-Com um ensinamento que ele aprenda o som e as noções das coisas.

P3- Eles precisam saber dominar suas vontades, libertando-se das fraudas.

P4-Desenvolver a segurança de si, sem choros com o convívio dos coleguinhas.

Fonte: Dados da pesquisa de campo

O primeiro professor compreende que com o quite de livros que as crianças ganharam por parte do município, elas vão despertar para a aprendizagem com os livros de banho que as mesmas brincam na hora do banho; porém a segunda professora acredita que uma proposta deva contemplar musicalidade, onde desenvolve a coordenação motora da criança e a sociabilidade com o outro; a terceira aborda que as crianças devem em primeiro lugar ganhar autonomia com seu corpo, sabendo dominar o xixi e outras vontades; por fim a quarta professora compreende que estimular a segurança dos pequenos será de certa forma uma aprendizagem construtiva, pois evitará um ambiente estressante sem choros.

Quadro 3
Resposta da 9ª questão da
entrevista dos professores

Questão

Respostas dos Professores

6- Você concorda que a criança dentro da modalidade da educação infantil deve ser alfabetizada e letrada antes dos anos iniciais? Justifique sua resposta.

P1- Sim, as crianças são muito inteligentes elas aprendem com facilidade.

P2-Sim, se a criança domina o letramento dentro do seu nível não tem motivo para esperar que ela saia da primeira infância para ser alfabetizada.

P3- Sim, eu vejo nas escolas particulares crianças lendo com cinco anos, então os nossos também podem conseguir.

P4- Sim, o letramento também deve fazer parte da nossa rotina.

Fonte: Dados da pesquisa de campo

A primeira professora concorda que as crianças dominam o letramento devido sua inteligência independente de sua escolaridade; a segunda não enxerga qual razão deveria esperar uma criança chegar às séries iniciais para iniciar o processo de alfabetização; a eira professora não subestima a capacidade das crianças de creche pública aprender o letramento tanto quanto as crianças de rede privada e por fim a quarta concorda que o letramento deve sim fazer parte da primeira infância, pois a mediação de aprendizagem acontece em todo momento da vida dos pequeninos.

5. Concluções

Diante das experiências compartilhadas analisamos que as crianças da educação infantil dependem totalmente de um professor que consigam nortea-las a passar de uma fase de vida para outra, crianças que não dominam o xixi, que não tem coordenação mototora refinada, não conseguem falar apenas balbuciar, como também não sabem caminhar, são crianças que precisam de professores preparados para seu contexto de realidade.Professores que não tem perfil para berçário não se identificam com a rotina do que é proposto; o brincar, o cuidar e o educar são os pilares que estão inseridos dentro do currículo da educação infantil, não cabe apenas o professor brincar sem educar dentro de um contexto de letramento, pois é visto que a criança aprende dentro de suas fases de vida através de um direcionamento de um adulto, dirigindo de forma coerente seus anseios e construindo a evolução de seus conhecimentos através dos seus pensamento.As crianças dentro da creche estão submetidas a sentir saudades da família, do cheiro da mãe, do peito que a alimenta, do contato com seu espaço, a princípio choram ao encontrar pessoas que nunca avistaram antes, crianças que no brincar podem morder empurrar de forma agressiva refletindo suas influências familiares, assustando ainda mais seus coleguinhas que ainda não superam a distância da família.

O desafio é um pouco maior que se imagina, gerar a conquista do afeto nessas crianças depende totalmente da habilidade do professor, que depois de algumas orientações por parte da equipe técnica pedagógica da escola, que proporciona direcionamentos pedagógicos referentes a estas crianças dentro desta faixa, a partir daí a experiência do cotidiano leva aos profissionais cuidadores de berçário identificar, os choros, os dengos, o olhar, o balbuciar quando se quer alguma coisa. Com a prática e os planejamentos dentro do que propõe os Referenciais eles vão construindo um ser humano mais independente controlando suas fraudas, seus anseios, sabendo dizer o que está sentindo e convivendo em harmonia com os demais sem sentir saudades do lar.

O currículo da educação infantil baseada dentro desses Referenciais estimula o professor a elaborar com direcionamento correto sua rotina diária, compreendendo a concepção de mundo e o universo que está inserido; desenvolvendo os sentidos das crianças, através do brincar, do cuidar e do educar, até os cinco anos de idade onde já estão na construção das primeiras grafias sobe orientação meramente pedagógica dentro dos referenciais.Formações pedagógicas para o aperfeiçoamento destes professores é necessário para que eles desenvolvam as estratégias de um currículo diferente da educação básica dos anos iniciais, as formas de avaliar, de educar, de ensinar diferenciam-se dos demais, com o tempo eles vão aperfeiçoando-se e tornando-se profissionais da educação infantil qualificados de competências e habilidades que difere dos professores dos anos iniciais ao médio, pois o seu olhar enxerga um mundo bem mais dependente onde muitas vezes não há comunicação e é necessário compreender o aluno como um todo apenas por uma expressão de um olhar.Através desta sensibilidade são poucos profissionais habilitados, para o ensino da primeira infância, analisando o desafio que se destaca através do cuidado mais elevado por parte do professor com esses pequenos que naturalmente a família confia deixar por um dia inteiro, sem querer decepcionar a família a escola dedica-se cada vez mais em apresentar a evolução da criança dentro do cotidiano escolar.Permitindo que a família reflita que o avanço dos seus filhos e os cuidados que estão recebendo, não estão prejudicando na evolução dos mesmos, apesar da distância materna, com tudo percebe-se uma concorrência entre família e escola para mostrar que em casa a criança ficaria um pouco “atrasada” para a evolução dos conhecimentos, as professoras dedicam-se em total interesse para demonstrar que a criança está segura e tranquila em seus ambientes pedagógicos.

Portanto a primeira infância dentro da creche é naturalmente enriquecedora, tanto os pais são beneficiados em seu trabalho, com tempo oportuno para dedicar-se sem preocupar-se com seus filhos, como todo conforto de alimentação, banho, aprendizagem, sociabilidade e evolução de conhecimento, como também contam com a aprendizagem cognitiva para quando a criança ingressar nos anos iniciais já estão bem avançadas, compreendendo as competências e habilidades a serem desenvolvidas durante o ano letivo.

Referências bibliográficas

ABRAAMOWICZ, Anete; VANDENBROECK, Michel. (2013). Educação Infantil e Diferença. Campinas- SP: Papirus.

BRANDÃO, A. C. P. (2010). Ler e Escrever na Educação Infantil. Belo Horizonte: Autentica.

BRASIL. (1997). Referencial Curricular para a Educação Infantil. (vol. 03). Brasília-DF: MEC/SEB.

FERREIRO, Emilia. Com todas as letras. In: BRANDÃO, A. C. P. (2010). Ler e Escrever na Educação Infantil. Belo Horizonte: Autentica.

GOLDSCHMIED, Elinor; JACKSON, Sonia. (2006). Educação de 0 a 3 anos: O atendimento em Creche. Porto alegre: Grupo A.

LAVILLE, Crhistian; DIONE, Jean (2011). A construção do saber. Manual de metodologia em pesquisa em ciencias. Porto Alegre: Artmed.

PRADO, Iara; SANTOS, Marilene; Referencial Curricular Nacional para educação. Disponível em < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pd...> acesso em 25 de mai. de 2019.

TEBEROSK, Ana; COLOMER, Teresa. Aprender a ler e escrever; uma proposta construtivista. In: BRANDÃO, A. C. P. (2010). Ler e Escrever na Educação Infantil. Belo Horizonte: Autentica.


1. Doutoranda em Ciencias da Educação peça Atenas College University. E-mail: hilde.2009@hotmail.com

2. Graduado em Biologia pela UFPE. Doutor em Biologia pela UFPE. E-mail: gusmao.diogenes@gmail.com

3. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: celenesilvadeazevedo@gmail.com

4. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: jucileidecaze@hotmail.com

5. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: margaretetabosa@hotmail.com

6. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: souzalucianalenira@gmail.com

7. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: anaxavier15@hotmail.com

8. Especialista em Linguística aplicada ao ensino de Língua Portuguesa pela Faculdade Osman Lins. E-mail: nandahfernanda@hotmail.com


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