Vol. 39 (Nº 40) Ano 2018. Pág. 1
\Nelson Princival JUNIOR 1; Khaled Omar Mohamad El TASSA 2; Gilmar de Carvalho CRUZ 3; Angelo Juliano Carneiro LUZ 4; Bruna Gisele BARBOSA 5
Recebido: 10/04/2018 • Aprovado: 01/06/2018
RESUMO: Ao longo da história, a Educação Física passou por diversas transformações sendo que em determinados momentos houveram a separação de meninos e meninas em suas aulas. O objetivo deste trabalho é analisar do ponto de vista teórico as relações da participação de meninos e meninas nas aulas de Educação Física. Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica. Conclui-se que a literatura aponta para aulas mistas e que a temática vem ganhando visibilidade no âmbito acadêmico. |
ABSTRACT: Throughout history, Physical Education underwent several transformations and in certain moments there were the separation of boys and girls in their classes. The objective of this work is to analyze from the theoretical point of view the relations of the participation of boys and girls in the classes of Physical Education. This work was developed through a bibliographical review. It is concluded that the literature points to mixed classes and that the subject has been gaining visibility in the academic field. |
Ao longo da história, a Educação Física passou por diversas transformações, de acordo com Ghiraldelli Jr (2004), até o ano de 1930, esteve atrelada a concepção higienista, entre 1930 e 1945 voltou-se à defesa da pátria, por meio de uma concepção militarista. Momentos esses, em que se tinham uma clara e total separação de gêneros durante as aulas, pois, os meninos tinham aulas com professores homens, e as meninas, por sua vez, com professoras mulheres.
A área também esteve direcionada ao tecnismo no período de 1945 a 1980, em que se buscava nos alunos qualidade e eficácia no desenvolvimento das práticas propostas pelo professor. Posteriormente, a Educação Física preocupou-se com o ensino de seus conteúdos de forma pedagógica, com foco em suas aulas com todos os alunos, considerando-os em seu aspecto social, cultural, afetivo e físico.
Conhecendo seu marco histórico, é possível compreender alguns dos entendimentos que ainda se tem da área, bem como, algumas tendências dos profissionais da área, como por exemplo, ao continuarem seguindo o caráter esportivista, em que, a Educação Física é compreendida como disciplina que supervaloriza os esportes em relação aos demais conteúdos a serem abordados na escola. De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná (2008, p. 42), “Tal preferência sustentava-se na “teoria da pirâmide olímpica”, isto é, a escola deveria funcionar como um celeiro de atletas, ou seja, tornar-se a base da pirâmide para seleção e descoberta de talentos nos esportes de elite nacional”.
Entretanto, partindo da ideologia de que a escola atuava como um “celeiro de atletas” fazia-se necessária a separação de gêneros, ou melhor, meninos e meninas utilizavam de práticas corporais separadamente, pois estas deveriam ser adequadas ao corpo, fato que distinguia os mesmos, pois diferentes valores e significados lhes eram atribuídos. Por exemplo, o menino seria mais “indelicado” e se ”encaixaria” nos esportes, por sua vez, a menina seria delicada e deveria praticar a ginástica, como lembra Romero (1994, p. 227) “Dentro dos padrões propostos, espera-se que os homens sejam fortes, independentes, agressivos, competentes, competitivos e dominantes. Para as mulheres, a expectativa é de serem mais dependentes, sensíveis, afetuosas e que suprimem impulsos agressivos sexuais”.
Segundo Goellner (2013), a partir da década de 1980 que a literatura começou a debruçar-se sobre a questão dos gêneros por meio dos programas de pós-graduação na área da educação. Deste modo, surgiram diversos questionamentos nas discussões de gênero e Educação Física, como por exemplo, referente às condições de aprendizagem, quais concepções de masculinidade e feminilidade são impostos aos meninos e às meninas e quais tipos de práticas corporais são ideias para homens e mulheres.
Goellner (2003, p. 29) comenta que “Um corpo não é apenas um corpo. É também o seu entorno. Mais do que um conjunto de músculos, ossos, vísceras, reflexos e sensações, o corpo é também a roupa e os acessórios que o adornam, as intervenções que nele se operam”.
Nesse sentido, em outras palavras, quando se fala em gênero, automaticamente, se fala em corpo e, ao falar em corpo, deve-se extrapolar o entendimento de que o corpo é apenas sinônimo de um ser biológico, composto apenas por ossos e músculos, mas também um objeto social resultante da cultura em que o ser humano está inserido e a qual determinam os significados das práticas exauridas pelo sujeito e seu corpo.
Sendo assim, os estudos antropológicos e filosóficos assumem papéis importantes ao tratar deste assunto. Nesse sentido, para Geertz (1989, p. 23) estudioso antropólogo, por exemplo, afirma que “É preciso identificar e perceber como as pessoas são, como se relacionam, como agem e interagem, e mergulhar no significado das ações identificadas pelos indivíduos em suas sociedades, tornando relevante a cultura onde vivem”.
Atualmente, diversos pesquisadores têm seu olhar voltado para a temática de gêneros, bem como, Goellner, Altmann, Votre, Saraiva, Romero, Butler, dentre outros.
No trabalho intitulado “Educação Física, gênero e escola: uma análise da produção acadêmica”, de autoria de Chan-Vianna, Moura e Mourão, o qual foi publicado na revista Movimento no ano de 2010, percebe-se que muitas vezes ao se realizar pesquisar uma sobre a temática dos gêneros, os pesquisadores tem a preocupação em afirmar tal suspeita pré-estabelecida, ou seja, acreditam, por exemplo, que o esporte é um elemento, cujo qual, alimenta a questão de exclusão de gênero, elitizando um ser (masculino) e recusando outro ser (feminino). Entretanto, são raras às vezes em que se buscam soluções para tal problemática, pois, o pesquisador se preocupa a apenas afirmar tal suspeita, Bachelard (2003), caracteriza esse acontecimento como “opinião primeira”.
Com esse entendimento, o objetivo deste trabalho é analisar do ponto de vista teórico as relações da participação de meninos e meninas nas aulas de Educação Física.
Este trabalho foi desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica, evidenciando que “[...] a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem” (MARCONI; LAKATOS, 2007, p. 71).
Para essa revisão, buscou-se realizar com as últimas edições de alguns periódicos com conceito qualis em Educação Física entre B2 à A2. Deste modo, foram buscados e utilizados estudos encontrados na Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, Movimento, Motrivivência e Pensar a Prática, entre os anos de 2010 a 2016. Além de outros estudos pertinentes à temática, sendo eles: monografias, dissertações e trabalhos publicados nos anais do Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte.
Durante a busca encontrou-se trinta e dois artigos, desses, dois foram excluídos por estarem escritos no idioma espanhol, outros dezesseis foram eliminados por não tratarem especificamente da linha de estudo desta pesquisa, portanto, após essa filtração, foram utilizados dezesseis artigos. No quadro abaixo é possível identificar as fontes dos trinta e dois artigos, bem como, o conceito qualis em Educação Física dos mesmos:
Quadro 1
REVISTAS SELECIONADAS, CONCEITO QUALIS E NÚMERO DE ARTIGOS ENCONTRADOS.
Revista |
Qualis |
Número de artigos |
Movimento |
A2 |
14 |
Motrivivência |
B2 |
4 |
Pensar a Prática |
B2 |
10 |
Revista Brasileira de Ciências do Esporte |
B1 |
4 |
Fonte: Elaborado pelo autor.
É de extrema importância conceituar o que é “sexo” e o que é “gênero” para evitar confusões a respeito desses termos. Referente a “sexo”, segundo o Dicionário Michaelis, diz respeito a um “[...] conjunto de características anatomofisiológicas que distinguem o homem e a mulher: sexo masculino; sexo feminino”.
Por sua vez, em relação ao termo “gênero”, começou-se a ser utilizado entre a década de 70 e 80 nos movimentos feministas, segundo Louro (1997, p. 22-23), o conceito de gênero se refere “[...] ao modo como as características sociais são compreendidas e representadas. Na medida em que o conceito afirma o caráter social do feminino e do masculino obriga [...] levar em consideração as distintas sociedades e os distintos momentos históricos”.
Sendo assim, é necessário destacar que a pesquisa não teve apenas o intuito de verificar se os encaminhamentos sobre as aulas de educação física a partir da organização didática, mas a compreensão da questão de gênero e suas implicações nas aulas de Educação Física.
Com intuito de apresentar os artigos utilizados para essa revisão e no sentido de dar melhor visualização e compreensão de suas informações, foi elaborado o Quadro 2:
Quadro 2
DESCRIÇÃO DOS ARTIGOS ENCONTRADOS.
PERIÓDICO |
V. |
N. |
ANO |
TÍTULO |
AUTOR (ES) |
Motrivivência |
23 |
37 |
2011 |
Olhares sobre os corpos e a construção de “homens” e “mulheres” na escola |
RESENDE, M. S. |
Motrivivência |
23 |
37 |
2011 |
Pedagogias do corpo e construção do gênero na prática de musculação em academias |
LESSA, P; FURLAN, C. C; CAPELARI, J. B. |
Motrivivência |
23 |
37 |
2011 |
Marcas de gênero na educação física escolar: a separação de meninos e meninas em foco |
DORNELLES, P. G. |
Motrivivência |
28 |
47 |
2016 |
Qual o gênero do brincar? Aprendendo a ser “menino”... aprendendo a ser menina |
LEITE, L. G; FEIJÓ, J. P; CHIÉS, P. V. |
RBCE |
33 |
4 |
2011 |
Escola de formação de “professoras”: as relações de gênero no currículo superior de educação física |
SILVEIRA, V. T; ET AL. |
RBCE |
34 |
1 |
2012 |
Jogos de gênero em Pequim 2008: representações de feminilidades e masculinidades (re)produzidas pelo site Terra |
MUHLEN, J. C. V; GOELLNER, S. V. |
Movimento |
21 |
1 |
2015 |
Dimensões socioculturais do boxe: percepção e trajetória de mulheres atletas |
CARDOSO, B. L. C; SAMPAIO, T. M. V; SANTOS, D. S. |
Movimento |
21 |
1 |
2015 |
Estereótipos de gênero nas imagens dos livros didáticos de educação física do Brasil |
GONZÉLES-PALOMARES, A; ALTMANN, H; REY-CAO, A. |
Movimento |
19 |
3 |
2013 |
As relações de gênero na Fundação Municipal de Esporte de Florianópolis: políticas genéricas, atendimento generificado |
WERLE, V; SARAIVA, M. D. C. |
Movimento |
18 |
4 |
2012 |
Representações de gênero no voleibol brasileiro: a imagem do teto de vidro |
ROMARIZ, S. B; VOTRE, S. J; MOURÃO, L. |
Movimento |
16 |
2 |
2010 |
Educação Física, gênero e escola: uma análise da produção acadêmica |
CHAN-VIANNA, A. J; MOURA, D. L; MOURÃO, L. |
Pensar a prática |
15 |
2 |
2012 |
Corpo e movimento: produzindo diferenças de gênero na educação infantil |
ALTMANN, H; MARIANO, M; UCHOGA, L. A. R. |
Pensar a prática |
17 |
4 |
2014 |
Educação física, futebol e gênero: uma proposta de ensino a partir das relações de poder |
NUNES, H. F. P; ET AL. |
Pensar a prática |
19 |
1 |
2016 |
Gênero e sexualidade na educação física escolar: um balanço da produção de artigos científicos no período de 2004 a 2014 nas bases do lilacs e scielo |
SABATEL, G. M. G; ET AL. |
Pensar a prática |
15 |
2 |
2012 |
Ocorrência de bullying nas aulas de Educação Física em uma escola do Distrito Federal |
BOMFIM, D. L; ET AL. |
Pensar a prática |
18 |
2 |
2015 |
A dança como prática de lazer: algumas reflexões sobre homens, gênero e o balé clássico |
SANTOS, R. F; ET AL. |
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os autores utilizados para se reportar a esta especificidade do tema dos gêneros, se referem a pesquisadores que tem se debruçado sobre essa temática a uma longa data e, sendo assim, tem contribuído de maneira significativa para a emancipação do tema.
Tendo em vista que Abreu e Wandekoken (2005) afirmam que por meio da Educação Física, é possível criar mecanismos que contribuam para a formação de um cidadão, o qual age de forma harmônica não desrespeitando a dignidade de quem está a sua volta, dessa forma, é fundamental levar em conta que quando se divide uma turma em masculina e feminina, o professor responsável por essa medida acaba se contradizendo em relação ao real papel da Educação Física, pois, ao invés de promover a formação integral de um cidadão crítico-reflexivo, acaba formando um ser alienado.
Nessa perspectiva de pensamento, Kunz (2001, apud SARAIVA, p. 173) encontra na Educação Física, a possibilidade de “[...] superação da contradição social em relação aos diferentes papéis assumidos pelo homem e pela mulher na sociedade”. O autor acredita ainda, nos jogos como elementos estratégicos para essa educação social.
Ancorado no comentário de Costa e Ribeiro (2008, p. 6), a escola deve proporcionar momentos de reflexões entre os alunos e alunas sobre o corpo masculino e o corpo feminino, porém, não apoiado no pressuposto de que um corpo é melhor que o outro, mas, mostrando que “[...] o diferente não é desigual, que não é inferior ou que a diferença não é compensatória”. Nessa linha de pensamento Dornelles e Meyer (2005, p. 4) contam que “[...] as garotas que se aproximam [do modelo masculino], se distanciam do ideal de corpo feminino, sendo questionadas quanto a sua sexualidade”.
Encontrou-se também discussão entre a dicotomia aula mista e aula separada. Para Altmann (1998, p. 100) e Sousa e Altmann (1999, p. 56) separar os meninos das meninas nas aulas é:
[...] estabelecer uma divisão polarizada entre os gêneros; é exagerar uma generificação das diferenças entre as pessoas, desconsiderando variações no gênero e considerando apenas diferenças de gênero como importantes numa aula; é tornar as fronteiras das divisões de gênero mais rígidas do que de fato são e negar a meninas e meninos a possibilidade de cruzá-las; é furtar-lhes de antemão a possibilidade de escolha entre estarem juntos ou separados.
De maneira geral, os estudiosos da temática demonstram preferência pelas aulas mistas. Como Saraiva (1999, p. 187), por exemplo, em que se posiciona contra a separação de meninos e meninas nas aulas de Educação Física, uma vez que, somente em agrupamento podem ser alcançadas “[...] as igualdades de chances, a desconstrução da relação de dominação e a quebra de preconceitos entre os sexos, fatores esses necessários para a construção de relações entre iguais que, julga-se, podem impulsionar a transformação social”.
Embora a literatura aponte para as aulas mistas, há professores da educação básica que, optam por turmas separadas, como ficou evidenciado no texto de Dornelles (2011, p. 17) por meio de uma das entrevistas realizadas com professores: “Eu prefiro trabalhar separado. [...] Porque os meninos, eles já tem um certo adiantamento. Eles já estão fisicamente mais preparados. [...] Os meninos estão soltos na rua há muito tempo. As meninas estão sendo soltas agora”.
Kunz (1994, p. 225) parte de encontro com o relato desse professor quando busca uma possível resposta para a separação por gêneros nas aulas de Educação Física e comenta que “[...] O conflito de uma aula “mista” e a justificativa para a separação por sexo, é argumentado sobre o fato de que meninas não conseguem acompanhar, praticar com o mesmo empenho e competência o esporte, que os meninos”.
Contribuindo para esse pressuposto, Resende (2011), constatou que geralmente, a comunidade escolar, acaba se omitindo e reproduzindo tais diferenças de gênero.
O entendimento de atividades pré-direcionadas para determinados grupos, nesse momento, grupos de gêneros, em determinado recorte histórico foi reproduzido nas instituições de formações de professores e professoras de Educação Física, conforme comenta Silveira et al. (2011, p. 865):
Na análise que realizamos da distribuição das disciplinas da primeira grade curricular da ESEF/UFPel, identificamos que as disciplinas de Rítmica II e Rítmica III (disciplinas da área da dança) eram obrigatórias mas eram ofertadas somente às mulheres, enquanto as disciplinas de Futebol I e Futebol II também eram obrigatórias mas somente podiam se matricular alunos do sexo masculino.
Entretanto, Sabatel et al. (2016), creem que é de suma importância a discussão dos gêneros na formação docente, seja na inicial ou continuada, para que assim se faça possível o desenvolvimento de uma aula que leve em consideração o aluno como um todo e não dividindo esse aluno em vários fragmentos, como por exemplo: biológico, social, cultural, etc.
Abreu (1990, p. 16) também explana sobre as aulas mistas, de acordo com sua narrativa, dessa forma, “[...] talvez se contribuísse para uma melhor integração e ajuda mútua para o convívio social em relação às condições existentes e absorção dos conteúdos”.
Por fim, considerado a Educação Física como uma prática pedagógica, ou seja, uma área que tem como objetivo central “o ensinar”, por meio de seus cinco conteúdos historicamente construídos, automaticamente, deve-se respeitar o ideal por aulas mistas, em que meninos não dividam a aula com as meninas, mas que somem juntamente delas, como foi constatado no estudo de Leite, Feijó e Chiés (2016), em que ao pesquisarem como que se dão as expressões e as relações entre os gêneros no ato de “brincar”, perceberam que “[...] meninos e meninas se revezavam, nos mais variados papéis, apenas buscavam um companheiro para brincar e vivenciar momentos agradáveis” (p. 221). Ou seja, os meninos não encaram as meninas como “adversárias”, nem vice-versa, apenas olham para o outro como um companheiro para brincarem de forma conjunta.
Os estudiosos em que sustentam este tópico são em sua grande maioria os mesmos do tópico acima, devido ao fato de existir uma aproximação quanto aos dois eixos temáticos.
Sendo assim, na pesquisa realizada por Lessa, Furlan e Capelari (2011), foi verificado que geralmente quando os homens buscam uma academia, eles estão preocupados com a hipertrofia, enquanto as mulheres se preocupam em ficar ou continuar com um corpo magro. Talvez, determinada parcela resultante na formação de tais ideologias preestabelecidas para meninos e para meninas, se dê ao fato das habilidades motoras apresentas, de maneira geral, por cada gênero.
González-Palomares, Altmann e Rey-Cao (2015), ao pesquisarem sobre as imagens que os livros didáticos trazem consigo, no que diz respeito a homens, mulheres e atividade física, perceberam que aos homens, cabem imagens de praticantes de esportes de elite e as mulheres, imagens de fitness e referente ao condicionamento físico.
Sabo (2002, p. 16) comenta sobre a valorização que o esporte proporciona ao homem, em que acaba chegando ao ponto de ser algo negativo, pelo fato de desvalorizar as pessoas que são inferiores do ponto de vista físico:
Culturalmente, o esporte tem sido um terreno onde a masculinidade se comprova, uma “escola” na qual se aprende a valorizar o “ser homem” (manhood) e a desvalorizar o “ser mulher” (womanwood), um espaço cultural onde, muito frequentemente, os meninos e os homens aprendem a se enaltecer desvalorizando os homens fisicamente mais fracos e as mulheres.
Sobre a competição em função do esporte, Bomfim et al. (2012, p. 312), comentam que “[...] o incentivo à competição pode abrir portas para a prática do bullying a partir de condutas violentas contra estudantes com “atuações” abaixo da média dos seus pares, resultando na diminuição da autoestima deles”.
Segundo as palavras de Santos et al. (2015, p. 391), “[...] o homem é discriminado no balé clássico assim como a mulher é discriminada no futebol”. Os autores comentam ainda que “mesmo nas escolas de dança, os bailarinos são comumente cobrados por seus professores a mostrarem uma imagem masculina enquanto dançam, independente de sua orientação sexual”.
Tais comportamentos em relação ao esporte de alto nível podem ser ocasionados em decorrência à forma de que os principais veículos midiáticos tomam perante aos “fenômenos do esporte”, pois, quando um desse surge, logo vira manchete e a mídia o trata como exemplo a ser seguido. Portanto, promover debates e reflexões sobre o esporte-espetáculo é papel da escola, mas infelizmente, esta escola acaba sendo manipulada pela mídia. Nessa perspectiva, para Werle e Saraiva (2013, p. 60), é nítida “A importância que as práticas corporais assumem na construção da ordem de gênero, ou melhor, nas identidades de gênero é evidente, não apenas por refletir as diferenciações da sociedade, mas também por determinar relações hierárquicas entre homens e mulheres”.
Levando em consideração o entendimento de Sabo (2002), Duarte (2003) ilustra as relações de poder na Educação Física, relatando que é durante o processo de composição das equipes que se tem a reprodução dos papeis ocupados pelos meninos e pelas meninas, em que, geralmente, os meninos são valorizados em relação às meninas.
Em outras palavras, para a autora, a aula de Educação Física é ditada pelos meninos, cabendo às meninas, adaptarem-se as atividades proposta pelo professor. Partindo dessa concepção, Faria (2008, p. 99-100) complementa que “[...] se às mulheres foi negada historicamente a participação no futebol, aos homens essa participação foi imposta, ou seja, a identidade masculina no Brasil está, em grande medida, atrelada à intimidade com essa prática cultural”.
Portanto, tanto o futebol, quanto qualquer outra modalidade ou prática corporal em que se utilize do contato físico constante e excessivo, estará automaticamente relacionado com uma ideia de masculinidade. Nesse sentido, para Damo (2005, p. 139), “[...] os meninos jogam futebol para se fazerem meninos”. Goellner (2005, p. 143) comenta sobre as aparições e valorizações destinadas às mulheres em decorrência às suas participações no futebol “[...] há muito tempo que as mulheres protagonizam histórias no futebol brasileiro ainda que tenham pouca visibilidade, seja na mídia esportiva, no cotidiano dos clubes e associações esportivas, na educação física escolar ou nas políticas públicas de lazer”.
Essa posição por parte da mídia, seja um dos fatores resultantes no estudo de Nunes et al. (2014 p. 01), em que os autores constataram que “o futebol é uma das práticas corporais que mais despertava interesse entre os meninos, enquanto as meninas preferiam brincar de elástico, pulas corda e dançar em outros espaços adjacentes”.
Martins e Moraes (2007, p. 80) definem este sigilo por parte da mídia como um “estado de dormência”. Talvez, essa menor repercussão do futebol feminino, sirva de certa forma, como estratégia para a manutenção das relações de poder, em que se de continuidade à estereotipação de homens como os únicos seres hábeis para a prática de determinadas manifestações corporais.
Entretanto, Muhlen e Goellner (2012), constataram que o site Terra, por sua vez, ao transmitir as Olimpíadas de Pequim em 2008, reproduziram um ideal do “ser atleta”, independente das questões de gênero, não enaltecendo um ser masculino ou um ser feminino. Romariz, Votre e Mourão (2012) constatam que no voleibol, as treinadoras mulheres sofrem mais dificuldades em garantir um posto nesse esporte, quando comparadas aos homens e, que elas permanecem treinando as equipes de base.
De acordo com Altmann, Mariano e Uchoga (2012, p. 235), “[...] em relação aos meninos, meninas, de um modo geral, movimentavam-se menos dentro dos espaços da Educação Infantil, além de seguirem com mais frequência as regras de “bom” comportamento estabelecidas dentro das situações escolares cotidianas.”
Em outras palavras, creem que tais comportamentos apresentados por cada gênero é resultante de cada costume enraizado e estereotipado previamente pela sociedade em que esses se encontram inseridos.
Cardoso, Sampaio e Dos Santos (2015), realizaram um estudo buscando analisar as trajetórias de atletas de boxe do sexo feminino e identificaram que as praticantes desta luta eram na infância, meninas cujas atitudes e formas de se vestir, assemelhavam-se as dos meninos.
Sendo assim, percebe-se a existência de alguns fatores, os quais influenciam no desenvolver das aulas, como, a mídia, em que em determinados momentos focaliza para um esporte e para um ideal de corpo a ser seguido e, que em outro momento, aponta para outra forma a ser seguida pela população. Também fica evidenciado que se pode encontrar a existência de uma classe autoritária (meninos) e outra classe subordinada (meninas) durante as aulas de Educação Física.
Para esse tópico, buscou-discutir os aspectos motores e suas influências nas aulas de Educação Física. Uchoga e Altmann (2015) concluem que, se por um lado, o futebol é um conteúdo que serve como “mecanismo” para excluir de sua prática os meninos que não possuem habilidades que contemplem as demandas solicitadas pelos demais, por outro, serve como instrumento para a promoção de meninas que conseguem desempenhar uma melhor performance em relação a sua pratica. Nesse sentido, na fala de Batista e Devide (2009, p. 03), os “Meninos não excluem meninas do jogo de futebol por simplesmente pertencerem ao sexo feminino, mas por não terem habilidade motora para praticá-lo, pois as meninas que jogam bem se inserem nos jogos compostos pelo sexo masculino sem maiores problemas”.
Segundo Saraiva (1999, p. 27), “No campo biofisiológico, a performance motora feminina fica prejudicada pelas menores oportunidades de vivências corporais, em relação as oportunidades de jogos esportivos oferecidas aos meninos”, ou seja, a autora comenta que os fatores determinantes para a menor participação das meninas nas aulas de Educação Física, se dá por receberem estímulos abaixo do necessário para o seu desenvolvimento e, considera natural essa “insuficiência pedagógica”, pelo fato do poder exercido pela cultura, em que o menino sempre é estimulado para a prática desportiva, o que não ocorre com a menina.
Altmann (1998, p. 96) acredita que as implicações da questão de gênero nas aulas de Educação Física se dão por meio de uma combinação entre “gênero, idade, força e habilidade [que] formavam um emaranhado de exclusões vivido em aulas e recreios”.
Comparados às meninas, os meninos têm maior nível de desenvolvimento das habilidades motoras de controle de objeto (SANTAYANA DE SOUZA ET AL; 2014), sendo que, a menina tem maior grau de flexibilidade desenvolvido em relação ao menino.
Em comparações por habilidade, Santayana de Souza et. al. (2014) identificaram a superioridade dos meninos em atividades de corrida, salto, rebatida e arremesso. A menina por sua vez, demonstrou melhores resultados em relação à habilidade de galope.
Desde os três anos de idade é possível perceber que geralmente, há vantagens, as quais favorecem ao sexo masculino, com exceções em algumas atividades de equilíbrio, flexibilidade e coordenação motora fina (BROADHEAD; CHURCH, 1985; THOMAS; FRENCH, 1985). Por outro lado, num estudo realizado por Pinto et. al. (2013), em que participaram do estudo 300 (trezentos) alunos de ambos os sexos, constataram que os meninos possuem maior nível de flexibilidade no quadril, enquanto, as meninas tiveram maior flexibilidade nos ombros, quando comparadas aos meninos.
Gallahue e Ozmun (2005) comentam que o professor de Educação Física deve levar em consideração as diferenças biológicas entre homens e mulheres, mas que essas diferenças não tornam um melhor que o outro. Dessa forma, compete ao profissional da área criar mecanismos para melhor participação/aproveitamento de todos nas/das aulas.
Durante o estudo percebeu-se a existência de uma série multifatorial que influenciam na escolha de qualquer tipo de atividade física que cada gênero geralmente acaba por optar. Por exemplo: os veículos midiáticos, no momento em que transmitem e repercutem um esporte em especifico e o caracterizam como um esporte masculino ou um esporte feminino; a concepção da sociedade de um corpo ideal para o homem e para a mulher; as habilidades motoras apresentadas por cada gênero nas mais diversas atividades físicas, em que se utiliza de diferentes características; e os aspectos culturais que influenciam na concepção da sociedade, definindo assim, atividades e comportamentos ideais para meninos e meninas.
Conclui-se que a literatura aponta para o desenvolvimento das aulas em conjunto, ou seja, os estudiosos creem na interação entre meninos e meninas nas atividades, pois por intermédio das “aulas mistas” os alunos estarão aprendendo a se respeitar e, em consequência disso, produzirão uma sociedade justa e igualitária.
Constatou-se também, que a temática vem ganhando visibilidade no cenário atual, com maiores publicações a seu respeito e preocupações por parte da comunidade acadêmica, um exemplo disso, é que o Grupo de Trabalho Temático (GTT) 07- Gênero, é o GTT mais novo do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), o qual contribui no sentido de promover diálogos e reflexões entre a comunidade acadêmica, promovendo assim, novas estratégias pedagógicas, bem como, colaborando com a quebra do tabu sobre essa temática.
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1. Professor de Educação Física graduado pela Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO
2. Professor do Curso de Educação Física e dos Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. Doutor em Educação Física – UFPR
3. Professor do Curso de Educação Física e dos Programas de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO e da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Doutor em Educação Física – UNICAMP
4. Professor do Curso de Educação Física da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. Mestre em Educação Oeste – UNICENTRO
5. Professora de Educação Física graduada pela Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO