Espacios. Vol. 37 (Nº 30) Año 2016. Pág. 14
Eduarda Cricco Miranda Barcelos GRIPP 1; Fabiana Florio DOMINGUES 2; Ricardo Roberto BEHR 3; Pablo Augusto Panêtto de MORAIS 4; Tatiane Alves de MELO 5
Recibido: 30/05/16 • Aprobado: 12/07/2016
3. Referencial teórico e análise dos dados
RESUMO: O presente artigo empírico tem como objetivo compreender os motivos que levaram profissionais na área de Administração a mudarem suas carreiras. Um grupo de cinco estudantes de um mestrado acadêmico foi entrevistado. Em comum: todos os participantes haviam feito o movimento migratório do mercado para a academia. Esses estudantes se consideravam até então profissionais bem sucedidos em suas carreiras, mas que em dado momento sentiram a necessidade de ir além do retorno financeiro em suas vidas profissionais e também pessoais. Para obtenção dos dados foram realizadas entrevistas não estruturadas em profundidade. Os dados coletados foram analisados por meio da análise de conteúdo. Como resultado desse estudo foi possível perceber que todos os cinco estudantes trocaram suas carreiras por motivos semelhantes, entre eles doenças e desencantamento com o mercado de trabalho. Os dados foram analisados à luz do referencial teórico dos estudos da teoria crítica na administração. |
ABSTRACT: This empirical paper aims to understand the reasons why professionals in the area of Administration to change their careers. A group of five students from an academic master was interviewed. In common: all participants had made the migratory movement of the market to the Academy. These students were considered successful professionals in their careers, but at one day they felt will to go beyond the financial return on their professional and personal lives also. To obtain data not structured in-depth interviews were conducted. The collected data were analyzed using content analysis. As a result of this study it was revealed that all five students exchanged their careers for similar reasons, including disease and disenchantment with the labor market. Data were analyzed in the light of theoretical studies of critical theory in the administration. |
Este artigo busca compreender motivos que levaram alguns profissionais experientes a trocar suas carreiras no mercado de trabalho pelo mestrado acadêmico, como uma das alternativas de mudança no rumo de suas vidas pessoal e profissional. Para esta finalidade, foi empreendida uma pesquisa empírica, de cunho qualitativo, com a realização de entrevistas não estruturadas em profundidade, com cinco estudantes com dedicação exclusiva em um programa de pós-graduação do curso de Administração, em uma Universidade Federal, na região Sudeste do Brasil. Estes alunos vieram todos do mercado de trabalho na indústria privada.
Os entrevistados foram selecionados dentro do programa de pós-graduação, a partir de uma característica em comum: todos haviam deixado seus cargos em empresas conceituadas da indústria privada, decidindo transformar suas relações com o trabalho em algo prazeroso. Foi assim que escolheram o mestrado acadêmico como ferramenta para viabilizar essa mudança. Os cinco participantes desta pesquisa tinham uma vida profissional estabilizada em organizações de médio e grande porte, contudo, após anos de trabalho – mais de vinte anos em alguns casos – decidiram fazer um movimento migratório: do mercado para a academia. A busca por novos desafios profissionais em áreas totalmente diferentes, aparentemente, serviu de motivação para esses alunos, contudo, nota-se que outros fatores também influenciaram tal decisão.
Faz-se importante destacar que esses alunos não se conheciam antes do mestrado e três, dos cinco entrevistados, não são do estado onde estudam. Em entrevista, um dos participantes declarou que se mudou para o estado para fazer o curso. Os outros dois se mudaram por motivos diferentes, mas os caminhos percorridos por essas cinco pessoas os levaram a estudarem juntos na mesma turma de mestrado. Essas pessoas tiveram seus caminhos cruzados por uma decisão que tomaram em busca de mudança em seus estilos de vida.
Nesse contexto, esta pesquisa deriva das discussões em sala de aula da disciplina de Estudos Críticos em Administração, em uma turma de mestrado acadêmico de uma Universidade Federal na região Sudeste do Brasil. As análises foram baseadas em autores da Escola de Frankfurt como Fromm (1961, 1966, 1987), Horkheimer (2012a, 2012b, 2012c, 2012d), Marcuse (1975), além de outros estudiosos que promovem a reflexão contestando o modo de vida moderno, tais como Braverman (1987), Engels (1999), Habermas (1989), Harvey (2011), além de autores nacionais como Alcadipani (2011) e Tragtenberg (1992). A ótica da perspectiva crítica foi escolhida para embasar essa pesquisa, pois, como visto em sala de aula, ela requer o abandono do mundo funcionalista e o mergulho em um mundo de possibilidades revolucionárias (PAULA, 2008). Bem como foi a mudança desses cinco atores participantes deste estudo.
Assim, este artigo está estruturado da seguinte forma: após esta introdução, tem-se a metodologia utilizada na pesquisa, logo após encontrar-se-á o referencial teórico baseado na Teoria Crítica em Administração, passando por autores da Escola de Frankfurt. Junto ao referencial teórico foi realizada a análise dos dados obtidos em campo e por fim, as considerações finais deste estudo.
Este trabalho empírico trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo. A opção por tal tipo de estudo justifica-se, pois ao pensar nas práticas metodológicas utilizadas nas ciências sociais aplicadas, o objetivo de tais estudos vai além de desvelar as opiniões e representações dos atores. Assim, a fim de conhecer, interpretar, desvendar as práticas sociais, a origem de certos ritos, justificativas para diferentes atitudes sociais, uma vez que tais informações somente podem ser acessadas a partir de relatos das práticas e não das próprias práticas (FLICK, 2004; GASKELL, 2002).
Ao se fazer pesquisa qualitativa não é recomendado transferir a interpretação do mundo àquela dada pelos atores sociais que estão sendo pesquisados. Entretanto, tais compreensões podem ser irrelevantes como ciência e caracterizadas como mecanismos de controle social e não resultado da pesquisa, repetindo erros considerados associados ao positivismo acrítico. O pesquisador deve estar disposto a questionar não somente seus propósitos de pesquisa, como seus pressupostos e interpretações, a fim de desfrutar uma ação emancipatória na definição da técnica que irá utilizar (BAUER; GASKELL; ALLUM; 2002).
Isto posto, a coleta de dados nesta pesquisa foi desenvolvida a partir de entrevistas não estruturadas em profundidade. Sobre entrevistas em profundidade, Bauer, Gaskell e Allum (2002) ressaltam que esta é como uma conversação para absorver o conhecimento da pessoa entrevistada. No caso desta pesquisa, as entrevistas foram gravadas e depois transcritas para análise. Gil (2002) enfatiza a importância da cuidadosa transcrição da mensagem, para só depois analisá-la em todo o seu contexto, para nenhum fator que possa indicar hesitação, realce, possam ser anotados a fim de captar não apenas o que foi dito, mas também as circunstâncias do contexto e do próprio entrevistado.
A seleção dos atores se deu a partir do conhecimento prévio do histórico profissional dessas pessoas, que cursam o segundo ano da turma de mestrado acadêmico em Administração de uma Universidade Federal, no Sudeste brasileiro. Nesse sentido, a seleção dos sujeitos para esta pesquisa foi realizada dentro do círculo social dos próprios pesquisadores. A partir dos critérios citados foi possível selecionar cinco participantes para este estudo. Dessa forma, tais alunos foram entrevistados separadamente pelos pesquisadores. Entre os entrevistados estão quatro do sexo feminino e um do sexo masculino, sendo 38 anos a idade média do grupo.
As entrevistas foram realizadas com a autorização de todos os atores, escolhidos na turma do mestrado acadêmico do curso de Administração. Todos os estudantes entrevistados têm uma característica em comum: a migração do mercado de trabalho para a academia, todos bolsistas com dedicação exclusiva ao mestrado acadêmico.
A análise das entrevistas em profundidade foi feita pelo método de análise de conteúdo, a partir de categorias temáticas, definidas a posteriori. Dessa forma foi possível agrupar as categorias conforme o conteúdo encontrado na coleta dos dados. Nesse tipo de análise a mensagem é como um procedimento, que pode vir de diferentes tipos de fontes, como reportagens em jornais, textos ou até mesmo da fala, mas a principal fonte, neste caso, é a linguagem (FRANCO, 2003).
Tal análise dá-se a partir de condições textuais, sob uma concepção crítica e dinâmica da linguagem, levando-se em consideração seus componentes cognitivos, afetivos, valorativos e ideológicos. Assim, dando significado ao objeto, de acordo com a perspectiva teórica do pesquisador em relação ao objetivo do estudo (FRANCO, 2003).
Ainda segundo a autora, a análise de conteúdo é também usada para produzir inferências. Assim, tais inferências representam mensagens sobre quaisquer dos elementos do processo de comunicação: interação entre locutor e interlocutor; o processo codificador que resulta em uma mensagem; o canal de transmissão; o receptor, ou detector da mensagem e seus respectivos decodificadores – que extrapolam o conteúdo manifesto, ao invés de informações puramente descritivas (FRANCO, 2003).
Durante a organização dos dados, foram encontradas três categorias temáticas demarcadas pela proximidade de situações vividas e relatadas pelos participantes. Os dados foram então separados por similaridade e posteriormente identificados em características comuns em todas narrativas, conforme agrupamento visto no quadro 1.
Categorias |
Características comuns |
Capítulo de referencial e análise |
Entorpecimento |
Educação formal |
O tão cobiçado mercado de trabalho |
Doença |
Pressão no trabalho |
O desencantamento |
Mudança |
Encantamento pela academia |
Mudar para quê? |
QUADRO 1 – Categorias de análise.
Fonte: Desenvolvido pelos autores.
Assim, para desenvolvimento deste estudo, optou-se por tratar o referencial teórico junto com as análises, utilizando os autores mencionados na introdução como embasamento. As inferências realizadas pelos autores estão mescladas no referencial teórico, desenvolvidos a partir do próximo item.
Engels (1999, p. 4) afirma ser o trabalho “a condição básica e fundamental de toda a vida humana. E em tal grau que, até certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem.” Essa afirmação vem da própria história do desenvolvimento da humanidade no pressuposto da teoria darwinista da evolução das espécies. A fim de ratificar sua afirmativa, Engels (1999), desenvolve seu pensamento demonstrando a importância do trabalho na diferenciação do homem em comparação aos outros animais, permitindo igualmente o desenvolvimento da linguagem.
Assim, ainda segundo o autor, a partir do trabalho e da linguagem, surge um novo elemento: a sociedade. O desenvolvimento do cérebro permite a clareza da consciência e com ela a capacidade de abstração e discernimento do homem, que reagem sobre o trabalho e a palavra, “estimulando mais e mais o seu desenvolvimento” (ENGELS, 1999, p. 13).
O viver em sociedade dá ao homem outras oportunidades de avanço em questões cada vez mais complexas, oferecendo a possibilidade de alcançar objetivos igualmente grandiosos. Em relação ao trabalho, permitiu ao homem planejar trabalhos que seriam executados agora por outros homens. Ademais, o homem acostumou-se a justificar seus atos a partir de seus pensamentos e não procurar explicações para estes em suas necessidades, selando dessa forma sua separação dos outros animais (ENGELS, 1999).
Assim, a partir de ações planejadas e intencionais, a lógica humana deixa de situar-se no pensamento, mas sim no ato em si, abrindo espaço a dinâmica na qual o capital comanda o trabalho, o acúmulo material e crescente centralização e concentração de riquezas (FROMM, 1961). Imaginar o trabalho do homem como forma inteligente, mas também conceber a ideia que o próprio trabalho é uma causa de angústia sobre um trabalho que o desagrada (Braverman, 1987) é confinar o ser humano pensante a condição de figurante em sua própria história.
De certa forma foi exatamente isso que o capitalismo procurou e ainda tenta fazer com o trabalhador, transformá-lo um ser insatisfeito com seu nível de consumo – sempre há algo mais a ser consumido – e uma mão de obra que produz cada vez mais, custando cada vez menos e com baixos níveis de influência nos produtos ou serviços que executa. A sede promovida pelo capitalismo gera a necessidade de potencializar a produção de produtos úteis e o consumo vultoso destes produtos, com o objetivo de aumentar os lucros e fazer girar a economia (HARVEY, 2011).
Para Horkheimer (2012d), a sociedade não usa sua verdadeira força. A aplicação da ciência está em discrepância com o alto grau de desenvolvimento versus as necessidades reais da humanidade. Existe também a necessidade de adaptar o trabalhador nas condições sociais da produção capitalista que envolve um controle societário amplo das capacidades físicas e mentais deste proletário a fim de disciplinar a força de trabalho para os propósitos da acumulação do capital (HARVEY, 2011).
Para Fromm (1987, p. 28) o capitalismo do século XVIII ao atravessar diferentes fases “sofreu uma mudança radical: o comportamento econômico separou-se da ética e dos valores humanos”. Nesse sentido, para o autor, “ter” transformou-se numa função da vida humana, como se fosse um sinônimo para a palavra “viver”. Um materialismo que para Horkheimer (2012b) busca a homogeneidade e a totalidade humana, sem contudo ser capaz de justificar a felicidade do ser humano.
Habermas (1989) classificou como “mundo da vida” no qual estão presentes a cultura, a sociedade e a personalidade numa ação comunicativa voltada para o entendimento da cultura compartilhada, da solidariedade e da cooperação, numa integração social. E o “mundo do sistema” onde se pode encontrar a racionalidade instrumental, a organização econômica e política, voltado para o poder e o dinheiro, no qual se define a relação entre meios e fins. A fim de superar essa dicotomia, o autor defende uma racionalidade comunicativa, menos instrumental, mais dialógica e orientada para coletividade.
Assim, na próxima sessão encontram-se o conteúdo das entrevistas analisados a luz dos autores aqui apresentados. Os dados foram classificados em três categorias principais: a) entorpecimento; b) doença; c) mudança; cada um deles tratado num item diferente a seguir.
O capitalismo moderno necessita de homens que cooperem sem atrito e em amplo número; que queiram consumir cada vez mais; e cujos gostos sejam padronizados e possam ser facilmente influenciados e previstos. Necessita de homens que se sintam livres e independentes, não submissos a qualquer autoridade, ou princípio, ou consciência – e contudo desejos de ser mandados, de fazer o que se espera deles, de adequar-se sem força, dirigidos sem líderes, impulsionados sem alvos – exceto o de produzir bem, estar em movimento, funcionar, ir adiante (FROMM, 1961, p.89).
A citação acima poderia muito bem fazer parte de um anúncio de uma vaga de emprego em um jornal do ano de 2015, no qual o contratante elenca os principais requisitos que espera encontrar nos candidatos interessados. Nesse âmbito, o capitalismo moderno, exposto acima pelo autor, pode ser percebido nas diferenças das relações humanas no trabalho e na tentativa dos indivíduos em se adequarem a esse mundo, dentro do contexto organizacional. Tais relações exigem certa postura social, demonstradas em comportamentos padronizados, que para Fromm (1961, p.89) é o mesmo que dizer que o “homem moderno é alienado de si mesmo, de seus semelhantes e da natureza”.
Esse homem, subproduto de si mesmo, procura se adequar o tempo todo na esperança de ser aceito. Vive conscientemente inconsciente, reproduzindo uma rotina de trabalho mecânica e burocratizada. Ademais, acaba estendendo o padrão de rotina também em seus momentos de lazer, buscando diversão no consumo passivo de sons e visões oferecidas pela indústria do entretenimento. Além de procurar ainda a satisfação ao comprar objetos novos que em breve irá se desfazer deles, substituindo-os por outros que estejam na moda, ou que sejam ainda mais modernos (FROMM, 1961).
Nas entrevistas realizadas, todos os participantes relataram em diferentes momentos a necessidade de adequação ao ambiente de trabalho, tanto em situações formais quando em eventos informais ocorridos nas empresas. A própria questão do desenvolvimento da carreira acaba se tornando uma obrigação, uma necessidade de não ficar “para trás”, de estar de acordo com os colegas ou com o desenvolvimento esperado pelo mercado de trabalho.
Assim, para estarem em acordo com a exigência desse mercado de trabalho é necessário ter a formação adequada. Os cinco entrevistados buscaram nos estudos uma chance de estarem dentro do exigido de maneira formal, mas também implícito na organização. Embora não sendo todos formados em Administração, todos eles trabalhavam em áreas de gestão em empresas de médio e grande porte. Todos os participantes têm curso superior, dominam pelo menos uma língua estrangeira, além de terem ao menos uma pós-graduação latu sensu, cada um. Atualmente todos estão cursando o segundo ano de pós-graduação stricto sensu, com o objetivo de se inserirem no mercado acadêmico.
Durante a análise dos dados foi constatada que a necessidade de estar em conformidade gera um comportamento que distancia a pessoa de si mesma, ou seja, daquilo que ela deseja. Isto porque é esperado que se siga um padrão de atitudes impostas pelo grupo que nem sempre acontecem de maneira explícita. A mudança de comportamento a favor do trabalho faz com que o indivíduo sufoque suas próprias vontades, pois não poderá mais agir por conta própria, necessitando sempre seguir determinado padrão. A busca pela adequação vai desde o conhecimento, com os cursos de formação e outros, como também na própria maneira de agir.
Nesse sentido, até mesmo o padrão de consumo é modificado, conforme relatado principalmente pelas mulheres entrevistadas, dizendo precisar mudar todo seu guarda-roupa a fim de se encaixar no padrão. Duas delas afirmaram precisar mudar até mesmo características como cabelo crespo, uma vez que esse tipo de cabelo é considerado inadequado ou “informal demais”. A mudança na vestimenta faz parte da conformidade necessária e esperada muitas vezes para ser aceito no grupo.
Horkheimer (2012d) chama de força de trabalho adestrada, quando os homens trabalham em busca de melhores métodos, em um mundo no qual se produz cada vez mais bens de consumo, para o uso desses próprios homens. Fromm (1966) afirma que essa sede do homem pelo universo material transformou a produção e o consumo no fim em si mesmos e não mais um meio de atingir uma vida mais humana e mais criadora.
Nesse sentido, há uma discrepância entre o que o mundo de fato necessita e o que os homens estão realmente produzindo. Assim, os valores humanos se perdem na busca incessante do processo econômico (HORKHEIMER, 2012c). Assim, é possível enxergar no mundo crianças passando fome e os adultos construindo bombas. Então, o que está sendo produzido não é necessariamente o que os seres humanos de fato precisam para viver.
Esse mesmo homem que trabalha produzindo bens de consumo para ele próprio segue uma moral com raiz na ordem burguesa. Assim, o homem só pode agir conforme uma norma. Nesse caminho há também as dicotomias: bem e mal, belo e feio, verdade e mentira. Dessa forma, surge um conflito entre o agir para benefício individual ou o agir para benefício coletivo, chegando ao ponto crítico entre utilidade individual versus utilidade universal (HORKHEIMER, 2012c).
Assim, o homem que pensa ser o senhor de seu destino, não o é, pois vive em uma sociedade que é escassa de racionalidade e para estar em acordo com o grupo segue um padrão imposto. Segundo Horkheimer (2012c), esse mesmo homem vive ao acaso acidental da natureza. Ainda para Horkheimer (2012a), a consciência é transitória, pois tudo o que há na Terra, um dia nasce e outro dia morre.
Essa consciência transitória aliena, perturba e possibilita ainda, a existência do que Fromm (1966) chamou de manipulação moderna do pensamento, reforçada na publicidade comercial ou na propaganda política, que se utiliza de técnicas de sugestão que permitem substituir o pensamento autêntico, pelo pensamento automático. Pensamento este que transforma as relações humanas, em relações de autômatos alienados, de sujeitos “bem alimentados, bem trajados, sexualmente satisfeitos e, contudo, sem personalidade” (Fromm, 1961, p. 90), ou seja, um ser superficial, talvez até mesmo irreal.
Em concordância com a citação acima, o trabalho que no senso comum dignifica o homem, pode apresentar-se como palco de encenações feitas por esse mesmo homem. Que para estar em conformidade com o grupo, muda a forma de se vestir, de se portar, transforma sua aparência para ser aceito. Nesse sentido, afasta-se cada vez mais de si, modificando sua personalidade. Esse homem torna-se um ser outro ser que não é mais ele próprio, irreconhecível até a si mesmo.
Na intenção de estar em conformidade ao padrão que aceita seguir, esse homem trabalha incessantemente em busca de promoções e ascendência na carreira, conforme os entrevistados relataram. Para isso compromete cada vez mais seu tempo para o trabalho, esquecendo-se de si. Esse esquecimento o leva a novos hábitos alterando seu gosto, sua maneira de vestir, sua maneira de portar-se, tudo isso o distanciando dele mesmo.
Para Marcuse (1975), o tempo que o homem passa trabalhando ocupa grande parte do tempo de sua vida e esse tempo é penoso, pois não há gratificação e prazer. Ainda para o autor, o homem troca seu tempo livre e seu trabalho por artigos que irão enriquecê-lo materialmente e consequentemente afastá-lo de sua natureza humana.
O homem poderia então trabalhar menos e se dedicar mais a uma vida de satisfação de seus desejos e pulsões, vivendo de maneira mais plena. No entanto, Marcuse (1975) reconhece que subestimou a capacidade do sistema sócio-político atual em desenvolver formas de controle social cada vez mais eficazes. Entre essas formas de controle, temos uma produção de bens supérfluos cada vez maior, para redirecionar as necessidades de prazer e satisfação da população.
Na necessidade de estar sempre adequado às normas impostas tanto pelo trabalho quanto pelo grupo e se afastando de suas próprias características, este homem adoece. A doença acontece, pois o homem não pode agir mais como ele mesmo e seu tempo são todo para exercer seu trabalho. Trabalho este que irá garantir seu modo de vida decorrente de suas escolhas. Desta forma, no próximo item será abordada a segunda categoria encontrada: doença.
Há no ser humano a busca constante pela necessidade de adequação a diferentes normas, contudo não se pode deixar de contrapor que este também possui necessidades próprias de realização. Dessa forma, Horkheimer (2012a) afirma que os homens agem impulsionados tanto por seus interesses, como também pelo pensamento, que é atributo funcional dele. O pensamento não é uma força independente e sim faz parte dos anseios de cada ser humano. Contudo, segundo esse autor, a manutenção e renovação da vida social impingem ao homem uma necessidade de viver e pertencer a um grupo.
Tal necessidade gera uma relação dicotômica: norma e liberdade, sistema industrial e operários, família e trabalho, ser e ter, subordinação e dominação (Horkheimer, 2012a). Dessa forma, ainda que o trabalho seja pensado de forma subjetiva, não se pode esquecer que também é um fator de cunho econômico (CASTILHO, 2000). Para Tragtenberg (1992), o objetivo do trabalho tem ligação direta com a maximização dos lucros da empresa e serve de complemento ao capital. Ainda para esse autor, a hierarquização é uma expressão normal para a divisão do trabalho. Assim, nesse cenário de relações com o trabalho, é possível afirmar que este também é uma forma de controle e normas a serem seguidas, acompanhando sempre um padrão de hierarquia imposto pelas organizações.
Nas entrevistas com os cinco participantes deste estudo foi possível perceber que todos eles passaram por um processo nítido de investimento em estudos, ou seja, de qualificação profissional. Também em comum entre os participantes, o início de carreira foi em trabalhos em níveis baixos da hierarquização. Assim, todos galgaram níveis mais altos e complexos ao longo de suas vidas profissionais. Eles relataram ainda ter iniciado suas vidas profissionais cedo, em torno dos 18 anos de idade.
Ao final de suas carreiras no mercado de trabalho, todos ocupavam cargos de gestão, liderando equipes de trabalho. O nível de gestão foi o último alcançado antes da migração para a academia. Dois dos entrevistados tentaram mudar de empresas ou de atividade antes de migrarem de uma vez para a academia. Duas delas ainda decidiram deixar seus cargos sem um planejamento profissional, mas na certeza de um tempo para reflexão a respeito de seus estilos de vida. Uma participante declarou que somente deixou seu cargo na empresa após sua aprovação no mestrado.
No último nível que chegaram dentro das organizações, todos os participantes relataram pressão de superiores, carga excessiva de trabalho e turnos com mais de oito horas de trabalho diário, como também trabalho aos fins de semana. Nessa rotina, os cinco declararam que não tinham tempo para si e em consequência da carga excessiva de trabalho, relataram que após anos de dedicação às empresas, adquiriram algum tipo de doença. Duas pessoas desenvolveram doenças autoimunes e crônicas e terão que conviver com elas para o resto de suas vidas, enquanto os outros três participantes relataram doenças ocasionais, relacionadas ao estresse que foram tratadas, mas ainda sim penosas.
Os dados analisados revelaram que todos os participantes tinham elevado nível de responsabilidade e exigência pessoal em relação às atividades desempenhadas. Essa excessiva cobrança, segundo os próprios entrevistados, foi um dos fatores que desencadeou as respectivas doenças. Assim, muitas horas diárias de trabalho combinadas com demasiada pressão fizeram com que os cinco entrevistados adquirissem diferentes tipos de doenças. Entre ter que lidar com excesso de trabalho, falta de tempo para si e tratamentos médicos, deu-se início a um processo de desencantamento com o próprio trabalho, que antes era motivo de orgulho e satisfação, conforme relatado por todos. Assim, o que antes era um sentimento de realização, contentamento e vontade de crescer profissionalmente, passou a ser percebido como um fardo a ser carregado.
Nesse sentido, Horkheimer (2012b) destaca que a consciência não pode ser definida através dos movimentos materiais, mas sim pelo sentimento espiritual. Falta de tempo para a família, pressão de superiores, muitas horas de trabalho diário e acúmulo de funções, foram os principais motivos elencados pelos entrevistados. O pensamento no próprio eu foi substituído pelos pensamentos em função da organização. Dessa forma, o tempo para si é suprimido em favor do tempo para as relações de trabalho. Diante disso, o homem se torna um ser fanático, que endeusa o próprio trabalho e não consegue manter uma relação autêntica com o mundo ao seu redor (FROMM, 1961).
Todas as doenças desenvolvidas pelos participantes da pesquisa vão ao encontro do que Horkheimer (2012b) chama de ser integral. O autor afirma que há um abismo entre a realidade e a razão que atua em questionamentos dos enigmas da vida, como: porque estou no mundo ou para quê me encontro nele. Tanto as condições quanto excesso de trabalho que os participantes tinham em suas vidas, manifestaram um processo de busca por mudança. Marcuse (1975), explica que problemas psicológicos, ou qualquer outro tipo de perturbação particular, como ansiedade, por exemplo, pode vir de relações econômicas firmadas sobre estruturas de dominação e subordinação. Assim, a cura de uma desordem pessoal, depende mais diretamente da libertação desses tipos de relações.
Fromm (1961) ressalta ainda que os obstáculos ou resistências que os homens precisam enfrentar esbarram no caminho para compreensão do próprio eu. Assim, tais obstáculos não estão nem nas deficiências intelectuais dos homens, nem na falta de informação e sim se encontram em fatores emocionais que “cegam ou deformam nossos instrumentos de raciocínio a ponto de inutilizar para o objetivo de descobrir a realidade” (FROMM, 1961, p. 27). Ainda para o autor, a produção e o consumo se tornaram o fim em si mesmo e não mais no sentido de melhorar a vida humana.
Para Horkheimer (2012c), agir conforme a norma está ligada à moral dos homens como uma categoria eterna da condição humana. Assim, o amor dos homens se relaciona à moral através de suas próprias compaixões, passando pelo contexto de conhecimento da economia, cultura, ciência. Contudo, a miséria material, em que vive grande parte da população mundial, está intimamente ligada à miséria espiritual dos próprios seres humanos que habitam a Terra.
Desse modo, há uma tendência no mundo moderno para que as pessoas vivam o lado do individualismo. Quem mais tem, mais adquire e quem menos tem, menos consegue ter para sobreviver. Assim, a felicidade não é compartilhada, mas vivenciada individualmente. A moral não é obrigatória, mas ajuda na compreensão de mundo, junto com outros valores, como fé, coragem, lealdade e o amor ao próximo (HORKHEIMER, 2012c).
Assim, a respeito da própria independência, sem muletas, sem necessidade de dominar ou explorar qualquer outro, os participantes buscam o respeito por si mesmos ao decidirem pela mudança em suas vidas. Segundo Fromm (1961) é o respeito que impede a responsabilidade de corromper-se em dominação, uma vez que este respeito significa ver o outro como ele é individual e singular. Nesse sentido, os entrevistados deste estudo, optaram pela mudança, respeitando seus próprios limites físicos e emocionais, conforme abordado no próximo item.
“A meta do princípio de prazer, ou seja, ser feliz não é atingível, embora o esforço para atingi-la não seja nem possa ser abandonado. A longo prazo, a questão resume-se em saber até que ponto o indivíduo pode suportar a resignação sem se desintegrar (MARCUSE, 1975, p. 210)”.
Aqui não se fala em prazer ou felicidade em sua plenitude, mas a busca por uma satisfação pessoal que possa trazer conforto àqueles que não abandonaram seus sonhos. Ademais, tanto o trabalho excessivo quanto a ociosidade completa não seriam capazes de levar o homem a felicidade, ao contrário, ambos, cada qual a seu modo, seriam capazes de enlouquecer as pessoas. Isto porque, são
“ambas atitudes contraditórias que correspondem a uma necessidade econômica: o capitalismo do século XX [XXI também] baseia-se tanto no máximo consumo de bens e serviços produzidos quanto na equipe de trabalho rotinizado” (FROMM, 1987, p. 26-27).
Uma vida de aparência que não representa esse ator, mas que lhe permite o uso de máscaras sociais, que o levam a uma vida superficial e frustrante, isto porque “cobiça e paz excluem-se reciprocamente” (FROMM, 1987, p. 28). Nesse ser humano habita a ambiguidade, coexistem o individual e o social, um ser em transformação e mudança, em que nada é real ao mesmo tempo em que tudo são processos, transformando uma questão em outra, o tempo todo (FROMM, 1987).
De acordo com uma pesquisa realizada por Hopfer e Faria (2006) com funcionários de uma determinada empresa, concluiu-se que ao longo do tempo as pessoas ali inseridas, não tinham a mesma expectativa que a empresa para com o sucesso. Após um determinado tempo, essa diferença entre as perspectivas era transformada em desmotivação chegando ao ponto de destituir os sonhos dessas pessoas para o futuro. Ainda nesse estudo, para os sujeitos pesquisados o sucesso como uma realização de um sonho deveria ser algo mais palpável, já para a empresa o sucesso era atrelado à produtividade.
Nesse contexto, é possível encontrar profissionais experientes que em certo momento “acordam” de seu transe alienante e procuram respirar novos ares, buscando outras maneiras de sustento, como uma forma de se desvencilhar de certas correntes que o aprisionavam. Assim nesta pesquisa tal movimento foi chamado de “mudança”, a terceira categoria identificada nos dados coletados.
Alguns fatores em comum foram encontrados nos relatos dos entrevistados como: o encantamento pela academia, o resgate de si e o desejo por realização pessoal. Após o período discutido no item anterior sobre a doença, há por parte desses indivíduos um despertar de sua consciência sobre aquilo que lhe fazia mal, dando início a uma fase de encantamento a respeito da própria vida e de suas vontades.
O desejo de estudar, ou melhor, de voltar a estudar foi comum em todos os relatos. O desenvolver-se, só que desta vez, não para cumprir uma exigência velada no mercado de trabalho na busca pela adequação e conformidade, mas ligada ao prazer de aprender, redescobrir o mundo sob novas perspectivas.
Ao buscar a academia, estes profissionais buscam resgatar vontades que foram deixadas de lado em troca da ascensão social e ganhos financeiros. Uma das entrevistadas conta que desde criança desejava ser professora, outra diz que aos oito anos de idade já ajudava colegas da escola com suas lições de casa.
Então por que essas pessoas abandonaram seus objetivos primários? A resposta deles também foi semelhante: a sociedade os levou para outros caminhos, a vontade de fazer parte e de ser igual os guiou. Contudo o desejo pela realização pessoal, em determinado momento de suas vidas, falou mais alto.
Isso não quer dizer que esses profissionais não terão dificuldade ao assumir novos desafios como a academia. Alcadipani (2011) destaca que mesmo com a importância social, o professor não tem o reconhecimento financeiro que outras profissões têm. Compensações financeiras estas já experimentadas pelos participantes deste estudo. Contudo, o que traz estes profissionais para a academia são outros atrativos como a “liberdade de pensar, a ausência de hierarquia formal rígida, as menores pressões externas, o prazer de ensinar e pesquisar, a liberdade do próprio tempo” (ALCADIPANI, 2011, p. 346).
A busca pela realização pessoal e pela possibilidade de um trabalho que traga certo grau de autonomia, mesmo que com menor recompensa pecuniária foi fator determinante para a mudança empreendida pelos participantes desta pesquisa. Assim, na próxima sessão apresentar-se-ão as considerações finais.
Este estudo teve como finalidade compreender os motivos que levaram cinco profissionais experientes no mercado de trabalho a migrarem para a academia, almejando o início de uma nova carreira. A lente para interpretação dos dados coletados foi a teoria crítica na Administração. De acordo com os dados coletados nas entrevistas realizadas, foram encontradas três categorias de análise: entorpecimento, doença e mudança.
Decidiu-se nomear a primeira categoria como entorpecimento pelo mercado de trabalho, de acordo com a conformidade alienada descrita por Fromm (1961). Outro fator de análise considerado foi a similaridades dos fatos relatados nas entrevistas, em que todos os participantes, no início de suas vidas profissionais, sentiam a necessidade de entrar no tão esperado e cobiçado mundo do trabalho.
Os cinco entrevistados iniciaram suas carreiras em baixos níveis na hierarquização das diferentes empresas e evoluindo nessa escala ao longo do tempo. Todos, mediante a seus esforços profissionais e em troca de algumas concessões em suas vidas pessoais, conquistaram cargos de gestão, liderando equipes de trabalho, antes de migrarem para a academia. Faz-se importante salientar que tais concessões foram conscientes, porém o que a princípio pareceram ter sido escolhas saudáveis, futuramente trouxeram consequências como o adoecimento e o desencantamento.
A segunda categoria chamada de doença foi assim classificada devido ao adoecimento relatado por todos participantes durante suas vidas profissionais. Dois deles desenvolveram doenças autoimunes e três doenças ocasionais. Essas doenças tiveram que ser tratadas em meio ao excessivo volume de trabalho que todos descreveram. Entre diferentes tipos de tratamento de saúde e a vida para o trabalho, os cinco participantes, em autocrítica, se questionaram sobre o modo de vida que estavam levando e o “preço” que estavam pagando por pretensos benefícios e reais malefícios sentidos física e emocionalmente.
À vista disso, a terceira e última categoria identificada foi a mudança. Essa categoria, assim como as demais, foi analisada a partir das falas dos entrevistados, nas quais foi possível distinguir claramente o desejo de mudança. Entretanto, a necessidade de mudança foi profunda, não bastaria mudar de emprego – como feito por dois respondentes – seria preciso mudar a carreira, o rumo que suas vidas tinham tomado. A saída encontrada por esses profissionais foi a academia, numa busca por liberdade de tempo, de uso de suas capacidades de abstração e redirecionamento de seus esforços não mais para terceiros, mas para si mesmos.
Esta pesquisa permitiu perceber que há semelhanças importantes na trajetória profissional dos entrevistados, que mesmo trabalhando em empresas diferentes, morando em diferentes regiões do país, suas histórias de vida convergiram para lugares comuns como o entorpecimento, a doença e a mudança. Assim, a partir das discussões articuladas propostas neste estudo e à luz de autores críticos aqui empregados, permitiu-se reconhecer o ser humano em transformação e mudança, conforme retratado por Fromm (1987). Foi possível ainda identificar o desejo em transcender a prisão emocional promovida pelo desejo de acumulação capitalista, em busca da satisfação da tão sonhada realização pessoal. Se esse é o caminho só o tempo e as novas experiências na academia serão capazes de responder.
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1. Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). E-mail: eduarda_barcelos@hotmail.com
2. Mestre em Administração - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). E-mail: fabianafd@yahoo.com.br
3. Professor do Mestrado e Doutorado em Administração - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). E-mail: rrbehr@gmail.com
4. Mestre em Administração - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). E-mail: pablopanetto@gmail.com
5. Mestre em Administração - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). E-mail: tatymellomkt@gmail.com