Espacios. Vol. 37 (Nº 06) Año 2016. Pág. 18
Odemir Vieira BAETA 1; Mozar José de BRITO 2; Dany Flávio TONELLI 3
Recibido: 16/10/15 • Aprobado: 03/12/2015
2. Operacionalização da revisão integrativa da literatura
4. Estratégia como prática social
5. Estratégia como prática discursiva
RESUMO: O presente trabalho apresenta o estágio em que se encontra a produção brasileira da emergente abordagem estratégia como prática social e discursiva. Tal abordagem foi desenvolvida sob uma perspectiva sociológica por pesquisadores europeus. Para o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica utilizamos o modelo de revisão de literatura integrativa. O que se verificou pela busca e discussão do tema é ainda uma incipiente produção da temática pelos centros de pesquisas e estudos brasileiros, concentrados, principalmente, entre as regiões sul e sudeste do país. Evidenciado, assim, a necessidade de novas possibilidades de pesquisa e aplicação da abordagem à realidade brasileira. |
ABSTRACT: This paper presents the stage you are in the Brazilian production of the emerging strategy approach as a social and discursive practice. Such an approach was developed under a sociological perspective by European researchers. For the development of literature used the integrative literature review model. What was found by search and discussion of the topic is still an incipient production by thematic research centers and Brazilian studies, concentrated mainly between the southern and southeastern regions of the country. Evidenced thus the need for new possibilities for research and application of the approach to the Brazilian reality. |
O trabalho de pesquisa bibliográfica primária desenvolvida foi conduzido pari pasu seguindo o modelo da revisão de literatura integrativa, conforme recomendação de Botelho et al. (2011), de modo que optamos por esta metodologia de revisão por possibilitar a sistematização, organização e síntese da visão do estado da arte nos estudos em estratégia como prática.
O objetivo desta etapa é verificar nas principais produções científicas, as possibilidades para novas pesquisas e alternativas metodológicas para contribuir com a expansão do campo de estudos em Estratégia como Prática. Todo o processo de pesquisa exige rigor metodológico e sistematização, contudo, nas pesquisas qualitativas se faz necessário para auxiliar na sua validação, de modo que, não somente os resultados, mas todo o processo de condução da pesquisa possa ser generalizado. Esperamos com o detalhamento desta etapa, contribuir para o indispensável rigor nos procedimentos de pesquisa.
Assim para as pesquisas desenvolvidas nas ciências sociais aplicadas, especificamente, nos estudos organizacionais, este exercício metodológico inicial auxilia na identificação de lacunas, de contradições que poderão ser trabalhadas para posterior contribuição teórica. Partindo desta possibilidade, adotaremos uma revisão integrativa da literatura mapeando as referências legitimadas por periódicos estratificados com alto nível pelo seu fator de impacto no cenário internacional e/ou pela sua inserção no sistema de avaliação nacional referendados pelo sistema webqualis.
Desse modo, para proceder a sistematização buscamos um método em particular que possa nos evidenciar as produções científicas legitimadas pela comunidade científica internacional e nacional que tenham contribuído teórico-metodológico e empiricamente no campo dos estudos em estratégia como prática. Por conseguinte, Galvão (2008) afirma que este trabalho permite verificar e analisar o status quo do conhecimento em determinada área, pois possibilita acessar o que fora construído ao longo de um determinado período, acessando inclusive as publicações mais recentes da área que pretendemos incursionar à partir deste momento, mesmo porque o acesso ao conhecimento por meio dos periódicos nos possibilitam ter contato com as últimas conclusões e recomendações sobre determinada área, que nem sempre ocorre em tempo ágil nas produções bibliográficas por meio dos livros.
Esta fase inicial da pesquisa possibilitou a síntese, dos conceitos, ideias e posicionamentos quanto dos estudos em estratégia como prática, é justamente este desenho que molda a revisão de maneira integrativa, possibilitando novas formas de pensar, aplicar e desenvolver a teoria. Primeiro identificamos a temática da Estratégia como Prática e, também, seus desdobramentos em estratégia como prática social e estratégia como prática discursiva, que doravante, denominaremos estratégias como práticas sóciodiscursivas. Assim, ao delimitar no abrangente campo dos estudos em estratégia, a vertente sociológica, partiremos para a construção da revisão integrativa.
Dessa maneira, foram definidas as palavras-chave: estratégia como prática; estratégia como prática social; estratégia como prática discursiva e estratégia e discurso para a busca nos banco de dados. Igualmente, durante a busca preocupamos em utilizar as mesmas palavras-chaves em português e inglês, respectivamente, para que mantivéssemos a coerência e lógica na busca nos bancos de dados disponíveis no portal.
A partir daí, seguimos para o segundo e terceiro passos, segundo Botelho et al. (2011), o estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão, a busca sistematizada para posterior organização dos artigos em pastas e suas respectivas referências no mywebnotes. A leitura atenta dos títulos, resumos e as palavras-chave foram fundamentais como critério preliminar para possibilitar uma amostra menos diversificada, porém em alguns casos foi preciso proceder a leitura de parte dos artigos. Contudo, cabe ressaltar, que a pesquisa bibliográfica não é linear, e como ressalta Ursi (2005) possibilita o acesso e inclusão de novos artigos na medida em que a pesquisa se desenvolve. Após, este procedimento, elaboramos uma tabela com os estudos selecionados, identificando o fator de impacto das publicações e o índice h dos autores, quando possível, além do número de publicações produzidas pelos autores sobre a temática estratégia como prática ou relacionadas.
A partir da categorização dos autores e das publicações relacionadas buscamos organizar e sistematizar de maneira geral as informações pertinentes a temática de maneira direta ou indireta parafraseando os conteúdos e migrando para o organizador de referências mywebnotes. Além deste procedimento organizamos as informações adicionais em três blocos, o primeiro teórico delimitando os principais autores e conceitos que embasaram o estudo; o segundo metodológico delimitando os procedimentos de pesquisa tais como o número de sujeitos, metodologias para coleta, geração e análises de dados e o terceiro, a síntese dos principais resultados.
Quanto a última fase, segundo Botelho et al. (2011) procuramos discutir e analisar os textos com base nos textos extraídos para verificar as lacunas teóricas e metodológicas apresentadas ou extraídas pela análise no trato do pressuposto teórico em questão e, assim, pautar uma agenda para posterior pesquisa a ser conduzida, que segundo Ursi (2005) possibilita a validação do estudo a ser desenvolvido. Cabe ressaltar que todo o processo será apresentado pari pasu para possibilitar a replicação e generalização do processo de pesquisa, além de possibilitar aos leitores se tais procedimentos são pertinentes e aplicáveis. Portanto, durante todo o processo na condução da pesquisa até sua finalização com o relatório de resultados foi caracterizado pela sistematização criteriosa científica. Para Botelho et al. (2011) a revisão integrativa da literatura possibilita a aproximação do problema de pesquisa evidenciando um panorama da produção cientifica da temática em questão, desde sua origem, evolução até seus últimos trabalhos realizados, de modo que, possibilita visualizar possíveis oportunidades de pesquisa.
A abordagem emergente nos estudos da estratégia surge no início dos anos de 1990 e, progressivamente, ganha espaço e interesse no campo das ciências sociais. Contudo, cabe ressaltar que os elementos fundacionais têm como base os pressupostos filosóficos e sociológicos de autores clássicos como Bordieu, Giddens e Schatzki. Mais, especificamente, a obra seminal da estratégia como prática surge com Whittington (1996) quando o mesmo traz a discussão que devemos considerar os aspectos micro e macrossociais no fazer estratégia, tal corrente sociológica nos estudos da estratégia se encontra em desenvolvimento, principalmente, em centros de estudos no continente europeu e países como o Canadá e Austrália.
Quanto a realidade brasileira, esta nova abordagem também ganha espaço e tem sua valorização no meio acadêmico brasileiro, de acordo com Teixeira e Costa (2012) a produção em periódicos e apresentação de trabalhos em eventos demostram que esta temática está em desenvolvimento também no país. Porém, muitos trabalhos ao propor mudanças na forma de enxergar o fenômeno organizacional da estratégia, verifica-se certa resistência, principalmente, como o número crescente de publicações e a dificuldade de delimitar as referências e as propostas de análises.
Portanto, pretendemos nesta revisão integrativa da literatura em estratégia como prática buscar no portal do periódico da CAPES e na base de dados Web of Science a identificação dos principais trabalhos internacionais produzidos desde o artigo seminal de 1996 de autoria de Richard Whittington, até as publicações mais recentes em 2014. A proposta é identificar as principais discussões e a relações elaboradas pelos autores tendo como foco a estratégia como prática social.
Como ocorre em qualquer área temática em construção, a estratégia com prática social como uma abordagem de análise para os estudos em estratégia além de recente, passa por isso mesmo, de ser melhor explicitada e aplicada para evitar erros e vieses comuns a sua aplicação (JARZABKOWSKI; SPEE, 2009).
Diante da melhor explicitação da emergente abordagem ainda ressaltamos a necessidade segundo Johson et al. (2006) para que possamos compreender a estratégia sob este novo olhar é necessário desvelar na profundidade das ações organizacionais como as interações cotidianas dos indivíduos ocorrem. Deste modo, Jarzaboswki e Spee (2009) e Whittington (2006) também corroboram o necessário posicionamento para o estudo da práxis para que seja possível entender os eventos cotidianos na organização, sejam reuniões ou encontros e conversas informais, de modo, que contempla em sentido lato todas as atividades formais e informais. Mesmo com a similaridade entre os conceitos de práxis e prática, pois ambos estão relacionados com o que foi praticado, a práxis refere ao que é realizado no momento, ao strategizing. Já a prática relaciona quem é o praticante, o que ele faz e como faz e suas interações cotidianas na formação da estratégia (Whittington, 2006).
Assim, a busca pela melhor compreensão da estratégia enquanto fenômeno organizacional também exige segundo Chia e Mackay (2007) alternativas de pesquisa para desvelar as dificuldades na compreensão do processo de formação da estratégia, partindo do pressuposto que as mesmas não são constituídas deliberadamente.
Diante das questões iniciais desenvolvemos a busca com o objetivo de pesquisar e preparar uma revisão qualitativa que sintetizasse as discussões e resultados das pesquisas já realizadas. A primeira etapa do processo de pesquisa bibliográfica consistiu na seleção dos artigos e organização por autor e ano e migração das referências para o mywebnotes, também, categorizados por pastas temáticas. Posteriormente, procedeu fichamento considerando, aspectos metodológicos, de coleta, geração e análise de dados e os resultados mais evidentes.
Apresentamos a discussão da teoria da Estratégia como Prática Social, dessa maneira, é preciso conscientizar que a epistemologia é o estudo da natureza e dos fundamentos do saber. A necessidade da postura epistemológica é rever e discutir o conjunto de pressuposições que utilizamos como orientação para a busca do conhecimento que consideramos possível para gerar conhecimento em Estratégia a partir da realidade social de um possível objeto empírico, apresentando, assim, os modos por meio dos quais podemos torná-la conhecida. Portanto, é na discussão inicial desse modelo epistemológico o qual adotamos que poderá auxiliar na produção do conhecimento.
Cabe ressaltar as ponderações de Jarzabkowski (2008) e Whittington (2011) sobre o fato de que os estudos sobre Estratégia são os mais recentes, se comparados aos estudos dos campos da Economia e Sociologia, consequência das teorias econômicas dominantes que considerava o mercado autorregulador, por isso deixaram a Estratégia das Firmas em segundo plano. Porém, o atual papel e inserção da Estratégia como campo de estudos tem evidenciado sua importância e sido objeto de estudo de vários pesquisadores. Embora o espaço tradicional dos estudos no campo da Estratégia seja o da clássica, a Estratégia como Prática vem ganhando espaço, e é nessa perspectiva que vários pesquisadores buscam uma explicação do processo de construção da estratégia que se interessa pelo o que realmente os praticantes fazem. Dentre os estudos neste campo destacamos os trabalhos de Whittington (1996), de Jarzabkowski (2008), de Orlikowski (2010), de Chia (2000; 2004); de Chia e Rasche (2007) e de Feldman e Orlikowski (2011). Logo, a busca por compreender a articulação da ação e da estrutura no processo de construção da estratégia coloca o "onde" e "como" desenvolvem as práticas cotidianas do fazer estratégia.
Por conseguinte, para Whittington (1996) a estratégia é empírica e tem como base para o seu desenvolvimento a própria prática dos sujeitos sociais e, por isso mesmo, merece uma análise sociológica de modo que possa ser melhor conduzida. Em razão disso, esta concepção da estratégia como prática se deve aos estudos da prática na teoria social de 1980. Além do mais, as teorias e os estudos sobre as práticas no campo das organizações ganham força e impulso como alternativa para se pensar a práticas organizacionais. Assim, os teóricos sociais como Bourdieu (1977), Giddens (1984), Wittgenstein (1987) e Foucault (1977) têm suas contribuições e influências nas teorias das práticas sociais nas organizações e nos estudos da estratégia. Ademais, Orlikowski (2010) ressalta que duas gerações de teóricos da prática têm um papel preponderante para o avanço dos estudos neste campo: a primeira geração é dos teóricos como Garfinkel (1967), Bourdieu (1977), Foucault (1977), Giddens (1984), Certeau (1984), que tiveram seus focos nas ações dos agentes e suas interações. Posteriormente, a segunda geração com Ortner (1984), Rouse (1996), Pickering (2001), Schatzki (2001) e Reckwitz (2002) procurava avançar as questões centrais propostas pelos teóricos da primeira geração, além de desenvolverem novos conceitos e entendimentos.
Orlikowski (2010) também apresentou uma discussão da perspectiva da prática sob três formas de envolvimento com a prática. A primeira é a noção da prática como um fenômeno e a importância de considerar no ambiente organizacional, o que acontece, de fato, na prática, em contraposição ao que é derivado dela ou ao que é considerado teoria. A segunda sob a ótica da perspectiva que há uma relação da teoria e prática e tendo como foco alguma característica primordial da organização. Por último tem-se a noção de prática como uma filosofia preconiza a prática enquanto elemento que faz parte da realidade social, o que inclui a realidade organizacional.
Além disso, Feldman e Orlikowski (2011) apresentaram a discussão da prática nos estudos e pesquisas no campo da estratégia, a partir de três abordagens essenciais: empírica, teórica e filosófica, que se relacionam, respectivamente, com o "que", com o "como" e com o "porquê" de se utilizar uma perspectiva prática. A abordagem empírica trata como os sujeitos agem em contextos organizacionais: já na abordagem teórica o foco é nas relações de compreensão entre as ações que os sujeitos tomam as estruturas de vida social, e por último, perspectiva filosófica aborda o papel constitutivo das práticas na produção da realidade social. A prática como fenômeno explica "o que" da prática, ou seja, responde à sua funcionalidade essencial a partir do enfoque na atividade cotidiana da organização, além de reconhecer as ações dos sujeitos como parte dos resultados da organização, o que lhes proporciona observar a importância das atividades práticas cotidianas nas organizações.
Dessa maneira, o valor da ação humana na realidade organizacional evidencia a clara distinção entre prática e teoria. A diferenciação explícita possibilita verificar o que realmente acontece no cotidiano organizacional pelos modelos, técnicas e proposições teóricas. Essa concepção da prática como um fenômeno possibilita um arcabouço teórico-metodológico para compreensão da prática como um fenômeno social direcionando às pesquisas e às discussões na arena organizacional, partindo do entendimento das rotinas e atividades cotidianas.
Assim, a prática como uma perspectiva apresenta relevância ao evidenciar a atividade cotidiana organizacional e busca explicações cientificas para tais práticas. Segundo Feldman e Orlikowski (2011) esta perspectiva responde o "como" da prática, articulando teorias que apresentam a dinâmica da atividade cotidiana, explicam como as atividades organizacionais emergem e como estas se relacionam nos distintos contextos no decorrer de tempo e espaço. A terceira concepção é a prática como filosofia, que tem como base a premissa de que a realidade social tem sua constituição fundamentada em práticas. Desse modo, o mundo social não é externo ao sujeito ou socialmente construída por ele, mas é constituído por meio das atividades, rotinas e eventos da vida organizacional.
Dessa maneira, a resposta ao "porquê" da prática decorre desta abordagem filosófica que evidencia primordialmente a atividade cotidiana porque as práticas devem ser compreendidas como a própria realidade, o que quer dizer que, as concepções da prática como fenômeno, perspectiva e filosofia contribuem significativamente aos avanços das pesquisas sobre prática e são determinantes para que os estudiosos reconheçam a importância desta na produção da vida social organizada.
Além disso, Feldman e Orlikowski (2011) destacam que Giddens afirma que as práticas são ações sociais produtoras e reprodutoras das estruturas sociais. Whittington (2006), por sua vez, já afirmava que as práticas incluem o compartilhamento de comportamentos, rotinas, tradições, normas, maneiras de pensar e atitudes, que Rasche e Chia (2000) acrescentam como microprocessos executados por sujeitos em contextos organizados. Outrossim, Jarzabkowski, Balogun e Seidl (2007) afirmam que os sujeitos não agem sozinhos, mas usam os meios socialmente definidos de agir propagados pelas instituições das quais fazem parte. Isto justamente porque trata de sujeitos reflexivos, que, segundo Giddens (2002) podem pela experiência mediada transformar a vida cotidiana mais suscetível pela informação e conhecimento, de modo que neste ambiente é que são construídas autoidentidades sempre sujeitas de maneira ampliada a rever as reflexividades institucionais. De fato, Ramalho e Resende (2011); Resende e Ramalho (2013) complementam e afirmam que é nesse contexto que as práticas dependem dessas autoconstruções reflexivas, apesar de que os agentes sociais que interagem nestas práticas são socialmente constrangidos. Contudo, suas ações não são totalmente determinadas porque, segundo Fairclough (2003) estes mesmos agentes sociais também têm seus próprios poderes causais.
Em consequência, o desenvolvimento dos estudos da prática como elemento fundamental da produção da realidade social em muito contribuiu para o avanço dos estudos da estratégia, tanto que estes possibilitam questionamentos de "onde" e "como" ocorrem as atividades cotidianas do "fazer estratégia", quem de fato a executa e quais as competências necessárias para o seu desenvolvimento. Portanto, nos estudos de estratégia, a abordagem por meio da perspectiva sociológica como prática se insere como uma importante corrente de pesquisa que aborda a estratégia como prática social e discursiva. O que diferencia a perspectiva clássica da estratégia que acompanha modelos e prescrições desta estratégia como prática é a compreensão da prática que os próprios sujeitos desempenham no cotidiano as estratégias organizacionais.
Em razão disso, a Estratégia como Prática enquanto abordagem emergente e alternativa ao modelo ortodoxo e clássico teve como ponto de partida a necessidade de buscar novas compreensões para o fenômeno da estratégia; tanto, que, ao justificar essa nova forma de estudar estratégia, Jarzabkowski (2008) apresenta alguns motivos para tal mudança, como: o sentimento de decepção com os modelos instituídos que fazem parte da administração estratégica tradicional; o papel periférico reservado aos praticantes estrategistas na concepção; e a definição das estratégias organizacionais.
Embora essa nova corrente europeia ganhe força, os estudiosos Whittington (2006) e Jarzabkowski (2008) afirmam que a nova abordagem não se opõe ou procura dicotomizar o mainstream da Administração Estratégica pela base ontológica da própria concepção da Estratégia como Prática, mas procura apresentar uma proposta de nova análise com uma perspectiva sociológica. Ademais, essa nova vertente sociológica descreve um novo procedimento de análise em busca de reconhecimento no campo dos estudos em estratégia por meio de uma nova ótica, maneira de compreender e analisar a estratégia emergente.
Sabemos que, tradicionalmente, a estratégia sempre foi entendida como um processo inerente e de posse das organizações, como se estas detivessem os direitos autorais e de propriedade intelectual da construção e execução da estratégia. Ao contrário dessa máxima, Whittington (1996) define a estratégia como algo que os sujeitos fazem diariamente nas organizações por meio das ações, das interações, das habilidades e dos desempenhos dos próprios praticantes, de modo que as noções multidimensional e situacional das ações valorizam e consideram "onde" e "como" as estratégias são pensadas, construídas e desenvolvidas, quem as implementa e de que forma, além de quais os condicionantes envolvidos nesse processo, quais as técnicas e ferramentas. Dessa maneira, tudo passa a ser considerado de importância nos estudos sobre a estratégia.
Por conseguinte, as questões que norteiam mais as teorias da prática possibilitam uma melhor compreensão da estratégia como prática social e discursiva e suas implicações e contribuições epistemológicas, tanto que Jarzabkowski (2008) expõe que a estratégia como prática é uma atividade situada, socialmente construída e reconstruída no momento em que ocorrem as interações e interelações dos sujeitos. Portanto, nessa dinâmica organizacional, segundo Tureta (2007), temos três situações distintas - a prática, os praticantes e as práticas. A primeira são as atividades organizacionais em fluxo que processa o fazer estratégia. A segunda são os sujeitos que se envolvem direta ou indiretamente nestas atividades. Por último, têm-se os meios pelos quais os sujeitos instrumentalizam, no cotidiano organizacional as próprias práticas. Além disso, tais situações estão posicionadas em três momentos diferentes quais sejam: as práticas administrativas, que se desenvolvem racional e instrumentalmente pelos indicadores a serem alcançados com o planejamento e o orçamento formalmente constituídos. As práticas discursivas, que possibilitam o processo de interação estratégica por meio dos recursos cognitivos, linguísticos e simbólicos e, por fim, o que podemos denominar de práticas instrumentalizadas, que são os gêneros discursivos e proporcionam os momentos em que estes ocorrem para promover as interações sociais, tais como reuniões, oficinas, seminários e outros momentos cotidianos intermediados pelas atividades sóciodiscursivas.
Em relação a isso, Jarzabkowski (2008) expõe que a ideia é justamente somar as construções sociais desses sujeitos que se desenrolam diariamente e interelacionar com os elementos das dimensões macrossocial. Dessa maneira, o desenrolar do processo no seu dia-a-dia corresponde ao modus operandi da estratégia e, para Chia e Rasche (2007), tais práticas cotidianas cristalizadas, internalizadas e intencionais, por vezes inconscientes, é que devem ser objetos de estudo e compreensão, o que em muito enriqueceria o campo epistemológico da construção continua da estratégia como prática.
Cabe lembrar que além destas rotinas presentes na organização, os sujeitos sociais compartilham conhecimentos. Assim para Reckwitz (2002) os momentos compartilhados recebem diferentes denominações que nos estudos de Foucault (1992), são chamados códigos, nos de Bordieu (1979) habitus e nos de Goffman (1977), molduras.
Além disso, conforme Johnson et al. (2003), o resgate da importância do sujeito nas pesquisas organizacionais é central quando se busca evidenciar um processo interacional típico na estratégia como prática, que são as atividades cotidianas de trabalho. Para esses autores, o resgate de protagonismo reservado ao sujeito contempla várias possibilidades no campo de pesquisa da estratégia: o primeiro é ter como objeto os próprios sujeitos praticantes da estratégia; o segundo, é compreender, em maior grau de profundidade, as particularidades do fazer estratégia; terceiro traz contribuições significativas a todo o campo da estratégia, inclusive em nível macro; por fim, o quarto possibilita uma experiência flexível na adoção de diferentes caminhos epistemológicos e metodológicos que muito podem contribuir para o estudo do campo da estratégia. Tal posicionamento ainda direciona para uma perspectiva de análise mais humana e circular, típicas das pesquisas qualitativas, em contraposição à análise linear das pesquisas quantitativas.
Assim, os pesquisadores que fazem uso desta abordagem procuram desvelar e analisar os fenômenos organizacionais sob uma ótica mais recursiva. Por exemplo, os trabalhos de Tureta e Lima (2011) investigaram as ocorrências no nível micro da estratégia como prática social em redes interorganizacionais, considerando as assembleias e pautas de reuniões e a participação dos gestores de nível superior. Porém, cabe ressaltar conforme Whittington (2006), Jarzabkowski e Spee (2009) que este foco é limitado já que o objetivo dos estudos da estratégia como prática é considerar de forma lato todo o continnum entre estrutura e agente.
Outros autores brasileiros conduziram suas pesquisas apresentando outras discussões e posicionamentos, Albino et. al. (2010) apresenta as limitações dos estudos na área ao mesmo tempo em que apresenta uma discussão reflexiva sobre sua aplicabilidade. De igual modo, Costa e Antônio (2012), também desenvolveram esta discussão crítica e consideram todos os processos que podem em algum momento apresentar contribuições de significados para a melhor compreensão da estratégia como prática.
No Brasil vários estudos recentes têm apresentado as discussões e contribuições no campo dos estudos em estratégia como prática, além dos estudos de Albino et al (2012) que reforçam a integração das ações micro e macrossociais da estratégia como prática, os trabalhos de Carrieri et al (2008) relacionam os espaços simbólicos que envolvem o fazer estratégia de profissionais que atuavam informalmente na rua como camelôs e agora se encontram em um novo locus determinado assim a ressignificação das novas práticas sociais. Em outro estudo Carrieri et al (2010) discute as práticas estratégias de organizações familiares com foco nas representações simbólicas. Já Coraiola et al (2012) apresentam orientações para a condução de pesquisa na área e a utilização da análise institucional para a melhor compreensão deste fenômeno organizacional, assim como Walter e Mussi (2012) se baseiam na análise institucional para compreender os diferentes níveis da estratégia. Nas pesquisas de Diniz et al (2012) apresentam as estratégias discursivas e identitárias dos profissionais: garçons. Também foi possível verificar trabalhos como o de Maciel et al (2012) que apresentam um estudo das pesquisas desenvolvidas na área a partir do que já fora publicado, considerando a necessidade de mais estudos para caracterizar de fato, a virada prática no campo dos estudos em estratégia. Uma perspectiva particular que considera os significados espaciais foi apresentado por Murta et al (2012) em que as práticas cotidianas e as construções simbólicas do espaço e as polifonias devem ser consideradas. Para Costa e Antônio (2012) a estratégia como prática são os hábitos, artefatos, normas, regras e rotinas, ou seja, o que determina o sentido das ações, por exemplo, como uma conversa informal ou mesmo a entrevista para a geração de dados. A estratégia não existe antes das práticas, mas é um produto delas e demanda articulação de interesses comuns e divergentes ao mesmo tempo (TURETA e LIMA, 2011). Mesmo verificando uma realidade dos estudos organizacionais brasileiros, especificamente, no campo da estratégia, ainda predomina as abordagens funcionalistas. Porém, a abordagem emergente vem apresentando recentes trabalhos (PALLASSI ET AL., 2007; PIMENTEL, 2007; SARAIVA 2011; SILVA ET AL., 2011 e 2012; SOUZA, 2008 e 2012).
Por conseguinte, é importante ressaltar que os indivíduos que têm o direito a produzir textos, ou seja, algum tipo de gênero, segundo Hardy, Palmer e Phillips (2000), envolvidos em práticas discursivas também têm a possibilidade de moldar conceitos, objetos e posições de sujeito. Assim, pela perspectiva faircloughiana (2003), os gêneros discursivos situados são constituintes de uma rede de prática social, em uma estrutura social comunicativa específica.
Historicamente, o interesse pelo discurso também aplicado à construção de estratégias tem aumentado nos últimos anos, principalmente na estratégia como prática social e discursiva, em estudos que examinam a natureza linguística de estratégias e as formas em que a linguagem molda as práticas estratégicas (CORNELISSEN et al., 2011; FENTON; LANGLEY, 2011; ROULEAU; BALOGUN ET AL, 2011; SPEE; JARZABKOWSKI, 2011; VAARA, 2010; VAARA et al., 2010, 2004; MANTERE; VAARA, 2008; HARDY et al., 2000). Durante a última década, tem havido um foco crescente sobre a relação entre o discurso e as organizações (CEDERSTRÖM; SPICER, 2014), demonstrando a proliferacão de pesquisa e o rico potencial da abordagem das práticas discursivas aplicada às estratégias. Já se verifica o incentivo da aplicação da temática nos estudos desenvolvidos nos programas de pós-graduacão em diferentes paises como o trabalho de Edu-Buandoh (2010) que abordou o discurso institucional nas universidades públicas de Ghana, os estudos de Stein (2013) com análise do discurso aplicada ao plano de internacionalizacão das universidades americanas.
Por outro lado, e ao mesmo tempo, mostra a necessidade de sistematizar e integrar várias abordagens para criar uma visão geral do que pode acontecer com o discurso aplicado à estratégia. A abordagem poderá possibilitar novas questões de pesquisa em níveis e análises específicas (VAARA, 2010). Apesar desse aumento, Balogun et al. (2005) argumentam que o papel do discurso em estratégia permanece teoricamente subdesenvolvido e empiricamente pouco explorado. Quanto a realidade dos estudos organizacionais brasileiros, Brito (2013) afirma que não temos ainda uma conexão do fenômeno da estratégia com as práticas discursivas, embora, sejam encontrados estudos que se focam, principalmente, no poder (CARTER et al., 2008). No entanto, Laine e Vaara (2007) afirmam para que seja possível entender como o poder influencia o sucesso ou o fracasso de iniciativas particulares de estratégias, são necessários mais estudos. De fato, cabe destacar que o poder não pode ser separado do discurso: este é tanto um instrumento quanto um efeito do poder (FOUCAULT, 1980). Vale ressaltar, também, que muitos estudos têm se centrado nas estratégias como práticas discursivas (CORNELISSEN et al. 2011; MANTERE; VAARA, 2008; ROULEAU; BALOGUN ET AL, 2011; SPEE; JARZABKOWSKI, 2011; VAARA, 2010), principalmente na prática cotidiana de gestores de estratégias (JARZABKOWSKI, 2008; WHITTINGTON,1996) e com natureza interpretativa na elaboração de estratégias (DENIS et al., 2007). Assim, a estratégia é algo que os membros de uma organização "fazem", ao invés de algo que as organizações "têm" (HENDRY et al., 2010), mesmo porque boa parte desse "fazer estratégia" ocorre pela linguagem em forma de conversa e texto.
O discurso mostra como as relações de poder moldam a constituição da estratégia. Em qualquer sociedade existem múltiplas relações de poder que permeiam, caracterizam e constituem o corpo social, e estas relações não podem ser estabelecidas, consolidadas nem implementadas sem a produção, a acumulação, a circulação e o funcionamento do discurso (FOUCAULT, 1980), já que discursos são coleções de textos e práticas inter-relacionadas que formam sistematicamente os objetos de que falam (HARDY; THOMAS, 2014).
Porém, é importante observar que os estudos de estratégia como prática identificaram como os estrategistas fazem uso do discurso na construção de estratégias (LAINE; VAARA, 2007; ROULEAU, 2005; VAARA et al., 2004), quais sejam: os discursos como narrativas (VAARA; TIENARI, 2011), os discursos como retórica (ERKAMA; VAARA, 2010; MANTERE; SILLINCE, 2007) e, os discursos como metáfora (CORNELISSEN et al., 2011).
Outras pesquisas ainda trazem as atividades discursivas para justificar, legitimar e naturalizar as ações (VAARA; TIENNARI, 2002). O que percebemos é que são diferentes as formas que os atores se apropriam e mobilizam discursos particulares para fins estratégicos (HARDY et al., 2000). A estratégia segundo Balogun (2011) e Vaara et al. (2010) são construções discursivas, os pesquisadores de estratégia como prática exploram os significados e como estes desempenham um papel importante no modo pelo qual as estratégias são compreendidas e implementadas, ademais, Brito (2013) reforça ainda as estratégias sóciodiscursivas como mediadoras nas relações macro e microssociais estabelecidas num processo dialético considerando sempre seu contexto sócio-histórico.
O que se verifica, segundo Foucault (1980), é que todos os processos para a construção de estratégias, além do exercício do poder são permeados de práticas discursivas que vão sendo institucionalizadas com o passar do tempo.
De acordo com Leclercq-Vandelannoitte (2011), a organização é uma construção discursiva, sob uma lente foucaltiana, que expõe o potencial da teoria de Foucault para a compreensão do significado subjacente a esse argumento, além de respostas às suas deficiências. As organizações são dinâmicas em sua constituição e esse processo evolutivo é contínuo e negociado constantemente por meio das relações de poder-saber.
Devido à virada linguística em 1980 nas ciências sociais (ALVESSON; KARREMAN, 2000), a análise do discurso passou a ser um elemento cada vez mais importante para os estudos organizacionais. Esta análise ainda continua presente nos estudos e tem sido utilizada para identificar as implicações das relações de poder e de controle nos discursos dos atores organizacionais (COOREN, 2004), de modo, que cada ato de comunicação pressupõe a construção de relações de autoridade.
O trabalho de Foucault (1980), muitas vezes, aparece nas análises dos discursos organizacionais e estudos de comunicação, especialmente para examinar os efeitos dos discursos dominantes. Essa lente teórica traz as relações entre tecnologia de comunicação, discurso, poder, conhecimento, disciplina e, portanto, articula as dinâmicas e os processos políticos que combinam elementos simbólicos e materiais na constituição organizacional. O mundo social é organizado por normas em formas específicas por meio de práticas discursivas (FOUCAULT, 1972). Essa concepção do discurso aparece em estudos críticos da linguagem que incidem sobre a dominação presente nas organizações. As preocupações políticas e sociais de Foucault (1980) também o levaram a reconhecer as relações de poder inscritas no discurso. Ele se afastou de sua forte afirmação de que o discurso era governado por regras, autônomo e com um sistema autorreferente e por genealogia apresentada como uma abordagem complementar para explicar o controle, a seleção, classificação e distribuição da produção de discurso por meio das relações de poder (FOUCAULT, 1977). Os discursos não são simplesmente espelhos da realidade social, mas constituem o "caminho crucial" para exercer o poder e, com isso, forças diversas e grupos tentam moldar e administrar a vida dos indivíduos (NEIL: ROSE, 2006).
As identidades individuais, com laços e subjetividades, são construídas e reconstruídas por meio de discursos no local de trabalho (KNIGHTS; MORGAN, 1990), e em consequência disso o uso do adestramento mostra que o trabalho promove a obediência, a docilidade e o controle dos membros da organização. A maioria dos estudos verifica o poder embutido em organizações por meio de redes de conversações que se baseiam em práticas discursivas vigentes. Assim, a linguagem é um meio de controle social e de poder. Os discursos que reproduzem relações de poder são obtidos naturalmente, e essas relações podem ser opacas aos participantes. As pessoas agem em relação a discursos maiores, com a aceitação, com resistência ou com compromisso (DOOLIN, 2002).
Na análise do discurso, o pensamento foucaultiano ajuda a desvelar o papel das formações discursivas objetivas, os impactos dos discursos dominantes e as interações entre grandes discursos e as práticas discursivas locais. O arcabouço conceitual da obra de Foucault (1980) pode ser usado para explorar discursos relativos a um fenômeno: relações com estruturas, disciplina e controle; e práticas individuais, como as reações e as resistências. Os discursos são, simultaneamente, locais de dominação e resistência e estão envolvidos na desconstrução e reconstrução das organizações. Foucault (1980) rejeita a visão unificada do estado para uma rede de instituições, práticas, procedimentos e técnicas em que o poder como relações estratégicas circula. Além disso, incentiva o conceito de poder-conhecimento, o que significa que o poder produz conhecimento. O pensamento de Foucault (1980) enriquece a perspectiva ontológica porque insiste em estruturas, bem como em objetivos e em características subjetivas da realidade social. Os discursos organizacionais são combinados em uma organização física específica de espaço e tempo para produzir "corpos dóceis" e, assim, promover certas formas de controle.
Segundo Ezzamel e Willmott (2008), o fundamento de poder foucaultiano é visto como um inovador complemento para estabelecer análises de gestão. Não há relação de poder sem constituição correlata de um campo de conhecimento, nem qualquer conhecimento que não pressuponha e constitua, ao mesmo tempo, relações de poder.
Na análise racional, a estratégia é concebida como algo que é um resultado de forças impessoais, recursos disponíveis ou os cálculos dos tomadores de decisão racional. Já a análise da estratégia como prática incorpora pouca consideração de como, por exemplo, envolver-se em práticas que são constitutivas dos profissionais como sujeitos (WHITTINGTON, 2006). A análise foucautiana, em contraste, aborda como, em um discurso, elementos da estratégia são mobilizados para a construção de práticas e atores como estratégicos (KNIGHTS; MORGAN, 1991), ou seja, a análise foucaultiana não aspira capturar e catalogar os aspectos detalhados de elaboração de estratégias, mas como os estrategistas pensam, falam, refletem, agem, interagem, emocionam, embelezam e politizam (JARZABKOWSKI, 2004). Ela está preocupada com a valorização enquanto estratégia, ou seja, como a prática discursiva funciona para construir o mundo instrumentalizado do trabalho.
A estratégia é uma prática social e, nesse sentido, envolve rotinas, normas e regras em que ambas permitem e limitam ações do sujeito-estrategista, bem como limitam o campo de ação possível. Partindo de uma concepção de estratégia como algo que empresas têm, a estratégia como abordagem prática vê a estratégia como uma atividade em que os indivíduos realizam e interagem nos contextos físico e social (WHITTINGTON, 2004). No desenvolvimento de uma versão discursiva da estratégia como abordagem prática, alguns pesquisadores sublinham a influência de práticas discursivas em subjetividade e os comportamentos dos membros organizacionais. A análise foucaultiana seminal considera a estratégia como um discurso, que é um conjunto de ideias e práticas as quais condicionam nossas maneiras de nos relacionarmos com o modo como agimos sobre fenômenos particulares (KNIGHTS; MORGAN 1991).
Em virtude disso, primeiro é preciso ver as práticas de estratégia como parte de uma grande arena de poder e, em seguida, como um corpo de conhecimento e discurso. Em primeiro lugar, como sendo inscritas em um campo de poder, as práticas surgem como o resultado de múltiplas condições e eventos aleatórios. Em segundo lugar, enquanto um campo de conhecimento, a estratégia pode ser vista como um conjunto heterogêneo das práticas discursivas e materiais. Estas práticas são regidas por funções específicas que estruturam, em parte, o que pode ser lido, dito e feito sobre a realidade.
Verificamos que as pesquisas no campo da estratégia como prática social trabalham com as técnicas qualitativas da entrevista, da observação não-participante e análise documental, quanto ao uso de estudos etnográficos, questionários e conversas informais e análise crítica do discurso, tais usos são incipientes neste campo. Outro dado importante, conforme destaca Walter e Augusto (2012b) é que muitos trabalhos ainda focam nos praticantes do topo organizacional, um foco criticado por Whittington (2006) e Jarzabkowski e Spee (2009). Já quanto ao locus foi possível identificar trabalhos empíricos nos contextos de organizações de saúde, de hospitais e consultoria.
A etnometodologia também tem sido indicada por Jarzaboswski e Spee (2009), como alternativas eficientes para a investigação da prática social, Outras questões tem sido consideradas como os matérias artefactuais de Tureta (2007) e Kaplan (2011), verificou o uso das apresentações em power point como instrumento para consumo do discurso e meio de resignificar determinadas práticas da estratégia. Porém, Costa e Antônio (2012) ainda reforçam a necessidade de considerar a importância do discurso para a melhor compreensão da prática, mesmo porque são os aspectos linguísticos e de discurso que orientam as práticas. Assim, concluímos que a produção, principalmente, nacional neste campo, ainda carece de mais estudos empíricos e a sua aplicação e análise em diferentes campos, como por exemplo, na administração pública. Mesmo considerando a predominância qualitativa na condução desta abordagem, as entrevistas, análises documentais e observação não-participante há muitos estudos que apontam a ausência da prática das entrevistas. Portanto, além de buscar empiricamente novos contextos para aplicação da teoria, a mesma também poderá ser conduzida e explorada com metodologias incipientes no campo de estudos organizacionais como a análise crítica do discurso e a etnografia para que possa contemplar todos os sujeitos praticantes da estratégia e não somente os profissionais no topo da organização.
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